Retrospectiva 2019: eventos meteorológicos que marcaram o ano

2019 foi marcado por eventos meteorológicos extremos que nos surpreenderam por sua magnitude e também, infelizmente, por sua destruição. Tufões, furacões, incêndios, inundações, fortes tempestades, ondas de frio intensas e ondas de calor excepcionais foram alguns dos eventos que marcaram o ano.

Erupções vulcânicas, ondas de calor, tempestades intensas, incêndios florestais, secas e grandes furacões foram alguns dos eventos meteorológicos que marcaram 2019.

O ano de 2019 ficará marcado pela ocorrência de eventos meteorológicos sem precedentes, além de se firmar como o segundo ou terceiro ano mais quente da história. Dados da NOAA mostram que a temperatura global entre janeiro e novembro esteve 0.94°C acima da média do século 20, apenas 0.07°C menor que o ano de 2016, o ano mais quente da história.

No último dia de 2019, vamos relembrar alguns dos eventos meteorológicos que deixarão 2019 marcado na história!

Ciclones Idai e Kenneth atingem Moçambique

Pela primeira vez na história dois ciclones tropicais fortes atingiram Moçambique durante a mesma estação, os Ciclones Idai e Kenneth. No inicio de março o Ciclone Idai causou danos catastróficos em Moçambique, Zimbábue, Malawi e Madagascar, resultando em cerca de 1300 mortes e deixando mais de 1.85 milhões de pessoas dependentes de ajuda humanitária. Este foi o segundo ciclone tropical mais intenso e mortal que ocorreu no Hemisfério Sul!

Um mês após Idai, o ciclone tropical Kenneth atingiu o norte de Moçambique com ainda mais força que seu antecessor, sendo o ciclone tropical mais intenso que já atingiu Moçambique desde o inicio dos registros, deixando 45 mortos.

Forte Dipolo do Oceano Indico

Em 2019 não tivemos um El Niño intenso, mas outro padrão de teleconexão se mostrou muito forte, o Dipolo do Oceano Indico. A fase positiva do dipolo passou a se desenvolver em julho e atingiu um pico de +2.2°C em outubro, um dos mais intensos registrados em quase 60 anos! Esse forte padrão foi responsável pelas graves ondas de calor e incêndios que assolaram a Austrália e as chuvas volumosas e fatais no leste da África. O Dipolo também contribuiu para um aumento das chuvas das monções asiáticas, ocasionando na morte de centenas de pessoas.

O menor buraco já registrado na camada de ozônio

Todos os anos, durante a primavera austral, um buraco se forma na camada de ozônio estratosférica devido a reações químicas de compostos emitidos por ações humanas. Nesse ano o buraco na camada de ozônio foi o menor já registrado desde sua descoberta! Uma ótima noticia considerando a importância do ozônio estratosférico para a manutenção da vida na Terra.

Este reduzido buraco na camada de ozônio foi consequência de outro evento meteorológico incomum que ocorreu este ano, o súbito aquecimento estratosférico sobre a Antártica. Essa foi a segunda vez na história que este evento súbito ocorreu no hemisfério sul, o último ocorreu em 2002, e o desse ano pode ter superado o evento anterior em magnitude.

Queimadas acima do normal

Alguns países registraram um número de queimadas acima do normal neste ano, como algumas partes do Alasca, Rússia, Canadá, Indonésia, América do Sul e Austrália, devido principalmente ao tempo seco e mais quente que o normal. No Brasil as queimadas na Amazônia registraram um aumento em relação aos anos anteriores, entre janeiro e agosto houve um aumento de 82%, com o mês de agosto concentrando mais da metade dos focos de incêndio. Nesse mesmo mês a cidade de São Paulo viu o dia virar noite devido à combinação de uma frente fria e a poluição oriunda dos incêndios.

Ciclones Tropicais que entrarão na história

Nesse ano também observamos uma intensa atividade de ciclones tropicais tanto no Oceano Atlântico quanto no Pacífico. Entre eles destacaram-se Tufão Hagibis, que atingiu o Japão no início de outubro provocando a morte de 70 pessoas, o Ciclone Tropical Fani, que deixou 90 mortos na Índia, e o furacão Dorian, o mais forte e destrutivo da temporada do Atlântico, que atingiu as Bahamas com categoria 5, o mais forte a atingir o arquipélago.