Previsão da temporada de furacões no Atlântico para 2023 é emitida pela CSU

Abril é o mês em que diversas agências e instituições meteorológicas, tanto educacionais quanto governamentais, divulgam sua primeira versão da previsão para a temporada de furacões.

Furacão 3d
A CSU espera uma temporada ligeiramente abaixo do normal. Imagem: NASA.

Os meteorologistas da Colorado State University (CSU) divulgaram suas previsões para a temporada de furacões de 2023 na quinta-feira, 13 de abril. Este ano prevê-se que se formem na bacia do Atlântico cerca de 13 ciclones tropicais nomeados, dos quais provavelmente 2 serão grandes furacões, podendo atingir ou ultrapassar a categoria 3 com ventos superiores a 179 km/h.

Segundo especialistas, a temporada de furacões de 2023 será influenciada pelo padrão climático El Niño, que deverá ser forte, condição que tende a suprimir o desenvolvimento de ciclones tropicais na bacia do Atlântico, graças ao aumento do cisalhamento do vento.

Média geral da temporada de furacões: Exclusivamente no Atlântico, consta em 14 tempestades nomeadas, 7 se tornam furacões e 3 se tornam grandes furacões.

Por outro lado, o relatório também discutiu que as temperaturas da superfície do mar em grande parte da bacia do Atlântico estão acima do normal. Essa condição ajuda a alimentar os sistemas tropicais, então os especialistas observaram que, embora a previsão esteja um pouco abaixo do normal, é importante lembrar que apenas água aquecida do mar é necessária para alimentar um ciclone tropical.

Probabilidade de chegada de ciclones em terra

Em sua previsão, a universidade também destaca as principais porcentagens de passagem de furacões em terra. A costa leste, incluindo a Península da Flórida, tem 22% de chance de ter uma tempestade de categoria 3 ou superior atingindo a costa. A média geral é de 21%.

A costa do Golfo do México tem 28% de chance de ver um grande furacão atingir a costa, onde bem poderia se considerar o litoral mexicano. A média geral é de 27% nessa região.

As costas leste, sudeste e sul dos EUA juntas têm 44% de chance de um grande furacão atingir a costa. A média geral é de 43%.

A partir do comportamento das últimas temporadas, os países da costa atlântica, incluindo os do Caribe e do Golfo do México, já se preparam para este período de tempestades tropicais, contando com as previsões locais e internacionais.

Águas quentes alimentam a formação de furacões

Até o momento, as temperaturas da superfície do mar no Atlântico, Golfo do México e Mar das Caraíbas registraram valores acima da média. Quando um ciclone tropical é impulsionado e alimentado por águas quentes, isso tende a aumentar sua intensidade.

Padrões atmosféricos que influenciam a presença de ciclones tropicais

A atividade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) permite o surgimento de ondas tropicais ou ondas de leste, que são alimentadas pela convenção da monção africana, e são essas ondas que dão origem à presença de ciclones tropicais.

Os especialistas também acompanham de perto o fenômeno climático chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS). Atualmente, acredita-se que durante os meses de maio e junho a fase El Niño estará fortemente presente, podendo ser forte. Embora o ENOS ocorra no Pacífico, seus efeitos afetam a circulação geral e, por sua vez, a magnitude do cisalhamento do vento no Atlântico.

Por outro lado, embora nenhum evento climático possa ser diretamente relacionado à mudança climática, os cientistas estão analisando como o clima muda ao longo do tempo para entender as emissões de gases poluentes e como elas mudam os padrões climáticos.

Estudos publicados sugerem que o aquecimento das temperaturas oceânicas e atmosféricas pode fazer com que os ciclones se movam mais lentamente, um fenômeno que causará mais inundações, fazendo com que o sistema tropical permaneça mais tempo em terra e, como resultado, gerando mais chuvas.

Próximas previsões

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) publicará suas perspectivas para a temporada de 2023 no final de maio. A temporada de furacões no Atlântico começa oficialmente em 1º de junho e no Oceano Pacífico em 15 de maio, ambas terminando em 30 de novembro.