Temporada de furacões 2019: o que as previsões indicam?

Previsões indicam que a temporada de furacões do Oceano Atlântico Norte será mais “tranquila” em comparação a intensa temporada de furacões do ano passado! Um dos principais responsáveis por essa previsão é o El Niño-Oscilação Sul.

Furacão Florence se aproximando da Flórida, como categoria 3, no dia 12 de setembro de 2018. Foto: GOES East/NOAA.

Após uma temporada de furacões muito intensa vivida em 2018, pesquisadores preveem uma temporada de furacões mais “tranquila” para 2019! Faltando um pouco mais de 50 dias para o início da temporada de furacões do Oceano Atlântico Norte, pesquisadores da Colorado State University (CSU) publicaram no dia 04/04 suas previsões para a nova temporada que se aproxima.

Os pesquisadores da CSU estão prevendo a temporada desse ano, que se estende de 1° de junho a 30 de novembro, terá 13 tempestades tropicais nomeadas, 5 delas serão classificadas como furacão e 2 serão furacões de categoria intensa, categoria 3, 4 ou 5 da escala Saffir-Simpson. Esses valores estão bem próximos ou ligeiramente abaixo da média climatológica: 12.1 tempestades nomeadas, 6.4 furacões e 2.7 grandes furacões.

A atividade de furacões no Atlântico em 2019 será equivalente a 75% da média, pelas previsões da CSU, bem abaixo da temporada passada de 2018, que teve uma atividade equivalente a 120% da média esperada. O time da CSU teve um bom desempenho na previsão da temporada passada. Em abril de 2018 a equipe previu a formação de 14 tempestades nomeadas, das quais 7 se tornariam furacões e 3 de categoria intensa e, na realidade, ocorreram 15 tempestades nomeadas, 8 furacões e 2 de categorias intensas.

O principal motivo da previsão de atividade ligeiramente abaixo da média foi o estabelecimento do El Niño e a previsão de sua continuidade durante o verão do Hemisfério Norte. O El Niño-Oscilação Sul afeta um elemento importante na formação de ciclones tropicais, o cisalhamento vertical do vento. O cisalhamento vertical do vento descreve as variações de direção e velocidade do vento ao longo da coluna vertical na atmosfera.

Quando há um forte cisalhamento vertical do vento, ou seja, uma grande variação do vento com a altura, o topo de uma tempestade tropical pode ser soprado para quilômetros de distância, enfraquecendo seu desenvolvimento vertical. Durante eventos de El Niño, geralmente temos uma forte corrente de ventos que sopram sobre a costa leste da América do Norte em altos níveis. Essa intensa corrente de ventos acaba aumentando o cisalhamento vertical e, portanto, desfavorece a formação das tempestades tropicais.

Além disso, outro fator importante é a temperatura da superfície do mar (TSM) no oceano Atlântico Tropical. Os furacões são abastecidos, em parte, pelas águas quentes do oceano, e, nesse ano, estamos observando anomalias de TSM neutras e até mesmo abaixo da média no Atlântico Tropical, o que também não favorece a formação e intensificação das tempestades tropicais

Quais serão os nomes das tempestades de 2019?

Os nomes a serem dados para as tempestades tropicais formadas no oceano Atlântico já foram divulgados! Esses nomes já foram usados na temporada de 2013, pois a lista de nomes é reutilizada em um ciclo de 6 anos.

Porém, nem todos os nomes são reutilizados, alguns acabam sendo aposentados desse ciclo. Se uma tempestade/ciclone tropical for muito destrutiva e fatal, seu nome é retirado da lista em respeito às vítimas, como foi o caso dos furacões Florence e Michael que foram responsáveis pela morte de 100 pessoas no ano passado.