Como serão os próximos 15 dias de Julho?
Uma mudança de padrão está em vista para os próximos 15 dias e deve iniciar a partir dos próximos dias. Saiba qual o padrão climático para a segunda metade do mês e o que está por trás dessa mudança.

A primeira quinzena de Julho foi caracterizada por chuvas frequentes e volumosas na Região Sul, com acumulados, superando o esperado para o mês, em até aproximadamente 200 mm no norte do Rio Grande do Sul e no sul de Santa Catarina.
#Clima #Julho
— Tiago C. Robles (@tiagocrobles) July 14, 2020
As #chuvas na primeira quinzena de Julho foram volumosas e persistentes na Região Sul, proporcionando acumulados em torno de 200 mm acima do esperado para todo o mês no norte do #RS e no sul de #SC. pic.twitter.com/m9HQ7zze1H
Além das chuvas intensas, o Sul também foi palco de um evento extremo e generalizado caracterizado, na transição dos meses de Junho para Julho, pelo avanço de uma intensa linha de instabilidade pelos 3 estados da Região, que resultou em intensas rajadas de vento que atingiram valores máximos de aproximadamente 130 km/h.
Em relação às temperaturas, houve um aumento de frequência da incursão de massas de ar polar pelo Centro-Sul do país, o que favoreceu dias de muito frio, sendo o mais marcante, o episódio após linha de instabilidade e ciclone “bomba”, cuja intensa massa de ar frio que derrubou as temperaturas no Sul, anteriormente, contribuiu para o congelamento no sul da Argentina.
No entanto, esse padrão mais úmido e frio está por mudar devido a contribuição das oscilações de Madden-Julian (MJO) e Antártica (AAO).
As oscilações Antártica e de Madden-Julian
O clima das últimas semanas vem sendo influenciado pela AAO, com destaque para a intensa tendência negativa que contribuiu para o aumento do frio e da precipitação no Centro-Sul. Assim, para as próximas semana se espera um comportamento oposto do índice, contribuindo para um deslocamento mais para sul dos sistemas de baixa pressão.
#Clima
— Tiago C. Robles (@tiagocrobles) July 15, 2020
Os principais elementos climáticos que vão influenciar as próximas semanas são a #AAO e a #MJO, que combinadas contribuem para um padrão mais seco e quente em boa parte do país e mais úmido no leste do NE. pic.twitter.com/gz0ptXrUqQ
Já a MJO, nota-se uma atuação mais intensa de uma fase de subsidência, representada pelas manchas avermelhadas no mapa. Essa condição, para esta época do ano, favorece a aproximação da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) em direção ao Brasil.
As duas oscilações combinadas contribuem para o padrão mais seco e quente no Centro-Sul e mais úmido no leste do Nordeste. Mas será que o modelo CFSv2 está “enxergando” essas condições? É o que vemos a seguir.
Precipitação e temperatura nos próximos 15 dias
O modelo CFSv2 é uma boa ferramenta para determinar uma condição média de até 3 meses, estando sujeito à inconsistências como qualquer modelo climático. No entanto, quando há elementos climáticos influentes e, no momento, bem resolvidos, como a AAO e a MJO, essas inconsistência tendem a serem menores ou de mais fácil julgamento.
Pelo que vemos nos mapas de previsão de anomalias de precipitação e temperatura, há um comportamento muito próximo do esperado, com chuvas mais concentradas na faixa leste do país e tempo mais seco na Região Sul, representado pelas manchas verdes e amareladas, respectivamente. É importante ressaltar que um padrão mais seco não representa uma ausência completa de chuva, mas sim mais dias de tempo seco, podendo haver um episódio ou outro de precipitação.
#Clima #Julho
— Tiago C. Robles (@tiagocrobles) July 15, 2020
O modelo #CFSv2 mostra uma padrão mais seco e quente para os próximos 15 dias no Centro-Sul do país. Já no leste do NE, a condição passa a ser mais úmida. pic.twitter.com/VcmHaPPTw4
Em relação às temperaturas, as anomalias positivas, condição mais quente, predomina na Região Sul em ambas as semanas, o que representa uma maior atuação do escoamento de norte. Para o Nordeste e Norte, durante a última semana, há o indício de uma condição mais fria, que pode ser indicar o avanço de massa de polar mais oceânica, cujo ar frio é transportado para essas regiões por vários dias.