Ciclone subtropical favorece o tempo instável no leste do SE e do S

A formação de um ciclone com características subtropicais neste início de semana favorece o aumento da umidade no leste das regiões Sul e Sudeste e consequentemente para chuvas de fraca a moderada intensidade.

ciclone subtropical
Desenvolvimento de sistema de baixa pressão pode dar origem à um ciclone subtropical.

Apesar de no verão representar a estação mais ativa para o ciclones subtropicais, sendo março o mês com maior atividade, no outono também é bastante comum a formação desses sistemas, que possuem maior probabilidade de serem mais intensos nesta estação.

Os ciclones subtropicais são sistemas híbridos, pois possuem características tropicais e extratropicais. Como consequência, a sua previsibilidade é baixa e, mesmo a curto prazo, os modelos meteorológicos podem divergir bastante.

Durante o último domingo (18), uma baixa pressão se formou no oceano na altura dos estados de Santa Catarina e do Paraná, o que favoreceu um aumento do transporte de umidade para a faixa leste, que compreende o litoral norte do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. Mesmo com baixos volumes, chuvas ocorreram com fraca a moderada intensidade e de forma isolada.

Saiba mais sobre os ciclones subtropicais: Mas afinal, o que são ciclones subtropicais?

A partir desta segunda-feira (19), a baixa pressão pode evoluir para um ciclone subtropical, não proporcionando riscos para eventos extremos ocasionados por vento ou precipitação. No entanto, em alto mar, se o sistema atingir valores de ventos sustentados entre 63 e 118 km/h será classificado como tempestade e receberá o nome de Potira. Caso a intensidade dos ventos passe dos 118 km/h, o sistema passa a ser classificado como ciclone. Confira a seguir os mapas até meados da semana.

Acumulados de precipitação e intensidade dos ventos

Como discutido anteriormente, o sistema de baixa pressão no oceano favorece um transporte de umidade mais efetivo para o leste das regiões Sul e Sudeste. Assim, há previsão de chuvas já pela manhã desde o litoral norte do Rio Grande do Sul até o litoral sul de São Paulo, com o leste catarinense com baixa chance. No Rio de Janeiro, não há previsão de chuva durante a primeira parte do dia, apenas bastante nebulosidade.

A partir de meados da tarde, o então possível ciclone subtropical ganha intensidade e uma região de cavado em superfície mais litorânea se forma, o que favorece a ocorrência de chuvas de moderada intensidade até o sul do Espírito Santo e no sudeste do estado de Minas Gerais. A condição fica também mais ventosa, porém sem a probabilidade de intensas rajadas de vento. Alerta para tempestades durante à noite no estado do Espírito Santo e no sul da Bahia.

Na terça-feira (20), a baixa pressão se encontra mais deslocado para norte passando a atuar mais próximo do Sudeste. O transporte de umidade se mantém, porém a intensidade das chuvas diminui, ocorrendo com fraca intensidade e de forma isolada pela manhã desde o litoral norte gaúcho até o estado fluminense e, novamente, sendo o leste de Santa Catarina a exceção, com previsão de tempo mais firme uma vez que os ventos atuam de quadrante sul.

A partir de meados da tarde, há a possibilidade de chuvas de moderada intensidade para o leste do Rio Grande do Sul, o Espírito Santo e o sul da Bahia. Os ventos passam a soprar com maior intensidade e uma condição ventosa passa a ocorrer no litoral norte gaúcho no leste catarinense e, principalmente, no Rio de Janeiro, sendo neste último com rajadas de ventos de até 70 km/h.

ciclone subtropical
Segundo o modelo ECMWF, as rajadas de ventos podem atingir a intensidades em torno dos 70 km/h.

Na quarta-feira (21), sem grandes novidades. A baixa pressão, ou ciclone subtropical, se mantém atuante e proporcionando a mesma condição instável no leste da Região Sul e do Sudeste, sem condições para eventos intensos de precipitação. Condição ventosa contínua para o Rio de Janeiro e também sem potencial para transtornos.