Chuvas continuam no Sudeste e Centro-Oeste, porém de maneira irregular. INMET alerta para o risco de eventos intensos

Mês de agosto vai se despedir com chuvas espalhadas entre o Sudeste e o Centro-Oeste, mas isso de forma bastante irregular e sem acumulados muito expressivos. Na virada do mês para setembro, umidade volta a se concentrar na região Sul.

desidade de raios
Mapa de previsão de densidade de raios para a tarde de quarta-feira.

Após semanas consecutivas de sol e um calor intenso, a chuva voltou a se espalhar pelo Sudeste e Centro-Oeste nos últimos dias devido ao avanço de uma frente fria. O sistema frontal agora está atuando de forma costeira, já na altura da Bahia, mas já é suficiente para organizar nuvens sobre o Brasil Central quando canaliza a umidade da Amazônia até a faixa leste brasileira.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), as últimas 96 horas foram marcadas por muita chuva no leste de São Paulo, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e no leste de Minas Gerais também. O maior acumulado deste período foi registrado em Bertioga (SP) com 142.8 milímetros, seguido por Vila Velha (ES) com 134.4 milímetros. Vitória (ES) foi a capital que mais recebeu chuva nos últimos dias após um longo período de estiagem, foram somados cerca de 110 milímetros de precipitação em apenas 3 dias.

Chuva ficou mais organizada no leste do Sudeste, mas volumes expressivos também foram registrados em outras localidades da região, assim como no Centro-Oeste, mas isso de forma pontual.

Apesar da chuva mais organizada e expressiva no litoral paulista, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, teve água caindo também em cidades que passavam pela seca no interior do país. Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, choveu quase 52 milímetros nessas últimas 96 horas. Em Brasnorte, no noroeste do Mato Grosso, foram registrados pouco mais de 38.4 milímetros de chuva. No Goiás, a chuva mais volumosa foi registrada no norte do estado, foram 29.4 milímetros em Alto Paraíso do Goiás.

Chuva vai continuar nos próximos dias

Entre o final de agosto e comecinho do mês de setembro, o tempo vai continuar instável sobre o Brasil Central. São esperadas pancadas de chuva no Sudeste e no Centro-Oeste também, mas vale ressaltar que vão continuar irregulares e intercaladas com períodos de melhoria, ou seja, com janelas de tempo aberto e ensolarado, garantindo a elevação das temperaturas. Apesar da expectativa de chuva, o calorão promete não dar muita trégua por enquanto com máximas que ainda podem variar entre 30°C e 40°C.

Aliás, na quinta-feira (31) para fechar o mês de agosto um alerta para o estado do Mato Grosso do Sul que pode registrar chuva forte e volumosa devido a formação de uma área de baixa pressão atmosférica no interior do continente. A chuva tende a se espalhar pelo estado ao longo do dia acompanhada por ventos, trovoadas, raios e até eventual queda de granizo, não se descartando a possibilidade de transtornos e prejuízos nas cidades e no campo.

INMET emite aviso de "Risco Moderado" para chuvas intensas.

Aliás, ao longo da sexta-feira, 1º de setembro, a expectativa é de instabilidades perdendo força sobre o Sudeste e Centro-Oeste. A frente fria no oceano Atlântico enfim vai embora e o tempo volta a ficar mais seco, diminuindo assim, as chances de chuva. Outro fator importante nessa mudança de padrão no finalzinho da semana é que a umidade vai retornar ao Sul do Brasil.

Setembro começa com chuvas na região Sul

Após dias de tempo instável e chuvas espalhadas pelo Sudeste e Centro-Oeste, as instabilidades voltam a se concentrar sobre o Sul do país, algo que já deve chamar a atenção na virada do mês. Segundo simulações recentes, os modelos apostam em muita chuva no começo de setembro no Sul do Brasil. Em apenas cinco dias, volume pode passar dos 150 milímetros desde o Rio Grande do Sul, passando por Santa Catarina até o Paraná.

chuva
Primeiros dias de setembro com chuva intensa no Sul do Brasil. Volumes podem passar dos 200mm no noroeste gaúcho.

A chuva volumosa pode gerar transtornos nos três estados como alagamentos, deslizamentos de terra, erosão do solo e transbordamento de rios. As capitais Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba entram na rota dessa chuvarada toda até o dia 5 de setembro e só devem respirar aliviadas durante um pequeno intervalo de tempo.

Após o sistema passar pelo Sul do Brasil e chegar ao estado de São Paulo, as instabilidades tendem a perder força, ou seja, a chuva não deve avançar mais para o Sudeste e Centro-Oeste. Áreas de Brasil Central voltam a ficar com tempo seco e muito quente em setembro e isso tem um motivo, a formação de mais uma frente fria no Sul.

No feriado de 7 de setembro, uma nova frente fria chega ao Rio Grande do Sul gerando chuvas muito expressivas no estado até o sábado (09) quando o sistema avança para Santa Catarina provocando muita chuva também. A tendência é que esse sistema perca intensidade antes mesmo de chegar ao Paraná, ou seja, também não levará chuvas para o Sudeste e Centro-Oeste desta vez. O cenário é de um novo período de estiagem e calor intenso que pode ser longo nas duas regiões.