Primavera e pólen: por que o Sul sofre mais e quais plantas lideram a temporada

Com a primavera, o Sul do Brasil concentra picos de alergia a pólen, liderados por gramíneas como o azevém. Entenda como vento, chuva e temperatura modulam sintomas, e quais atitudes práticas ajudam a atravessar a temporada.

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Carga de pólen aumenta na primavera: vento seco espalha grãos no ar e intensifica sintomas respiratórios.

Quando a primavera chega, a paisagem fica florida, e os espirros também. Para quem tem rinite ou conjuntivite alérgica, os grãos de pólen levados pelo vento irritam mucosas e podem piorar quadros de asma, especialmente nos dias quentes, secos e com rajadas. Uma leitura atenta da previsão do tempo ajuda a planejar rotina e reduzir crises ao longo da estação.

É nesse período que a natureza mostra sua beleza máxima, mas também expõe a vulnerabilidade de muitas pessoas às alergias sazonais.

No Brasil, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) destaca que o Sul concentra mais casos de alergia a pólen. Parte da explicação está na predominância de gramíneas na região e no calendário de floração: a primavera traz picos justamente quando aumentam os dias secos e ventosos; conhecer esse calendário local é um primeiro passo para prevenir sintomas. Essa relação entre clima, vegetação e saúde pública reforça como mudanças ambientais podem impactar diretamente a qualidade de vida da população.

Por que o Sul sente mais?

A ASBAI e publicações da área apontam o pólen de gramíneas como a principal causa de polinose no País, com o azevém (Lolium multiflorum) liderando as sensibilizações no Sul, muito presente em pastagens e gramados. Esse perfil de exposição sazonal ajuda a entender por que moradores de cidades mais frias sofrem tanto entre setembro e dezembro.

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Gramíneas como o azevém dominam pastagens no Sul e são responsáveis por grande parte das alergias a pólen.

O clima e a urbanização potencializam o problema. Dias quentes, secos e com vento espalham pólen e elevam sintomas; chuva tende a “lavar” o ar e aliviar, embora tempestades intensas possam fragmentar grãos e, por breve período, manter partículas inaláveis em suspensão, fenômeno conhecido como thunderstorm asthma (asma induzida por tempestade). Monitorar essas janelas meteorológicas faz diferença no bem-estar diário.

“Mapa do espirro”: tempo da semana x sintomas

Para o dia a dia, vale ler a previsão com outro olhar: frente seca e ventosa costuma elevar a carga de pólen; virada com chuva forte dá alívio momentâneo, mas pode haver incômodo durante o temporal; na sequência, com sol e brisa, a contagem sobe de novo. Saber quando sair, arejar a casa ou praticar esportes ao ar livre ajuda muito.

  • Vento e tempo seco = piora: mais grãos em suspensão e alcance maior.
  • Chuva leve = alívio: “lava” o ar e derruba contagens temporariamente.
  • Temporal intenso = cuidado: pode romper grãos e gerar partículas inaláveis.
  • Manhãs e fim de tarde: costumam concentrar emissões/contagens mais altas; prefira janelas úmidas, nubladas ou sem vento.

Quem lidera a temporada no Sul

Na prática brasileira, o “campeão” de queixa no Sul é o azevém e outras gramíneas usadas em pastagens e gramados urbanos; em cidades de clima mais ameno, a polinização se concentra entre setembro e dezembro, como descrito em séries clínicas e relatórios da especialidade.

Paisagismo com espécies anemófilas (que liberam pólen no vento) pode somar carga local conforme o desenho urbano e o tempo da semana.

O lado bom é que há medidas simples: acompanhar boletins e a previsão, programar jardinagem para dias úmidos, manter janelas fechadas nas horas críticas e buscar avaliação com alergista para definir controle e, quando indicado, imunoterapia.

Para prefeituras, mapear espécies mais alergênicas e diversificar o paisagismo urbano reduz picos, uma agenda que conversa com saúde pública e planejamento de cidades.