Pesquisadores descrevem 33 novas espécies de vespas na Amazônia
Descoberta amplia significativamente o conhecimento sobre o gênero Pseudisobrachium no Brasil e destaca a importância das coleções científicas e da conservação da biodiversidade amazônica.

A Amazônia segue revelando sua imensa diversidade biológica. Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) anunciaram a descrição de 33 novas espécies de vespas da família Bethylidae, conhecidas como “vespas-achatadas”.
O estudo foi liderado pelo biólogo Leonardo Alho Gomes, recém-formado no Programa de Pós-Graduação em Entomologia do Inpa. A descoberta representa um marco para o estudo do gênero Pseudisobrachium no Brasil, ampliando de forma expressiva o inventário de insetos na região.
As novas espécies foram identificadas a partir de exemplares armazenados em coleções científicas, reforçando o papel essencial dessas instituições na pesquisa da biodiversidade brasileira. O trabalho também envolveu colaboração com entomologistas experientes e utilizou métodos modernos de taxonomia integrativa.
Vespas: discretas, mas fundamentais
Apesar de pequenas e pouco visíveis, as vespas-achatadas desempenham funções ecológicas fundamentais. Elas atuam como parasitoides de outros insetos — muitos deles pragas agrícolas — contribuindo para o equilíbrio dos ecossistemas.

“Escolhi trabalhar com Bethylidae porque são abundantes, mas ainda pouco estudadas na Amazônia. É essencial compreender sua diversidade e papel nos ambientes naturais”, afirmou Gomes.
O gênero Pseudisobrachium ocorre em quase todas as regiões do planeta, exceto nas áreas polares. Até então, eram conhecidas cerca de 194 espécies no mundo, sendo 61 no Brasil — a maioria registrada na Mata Atlântica. Na Amazônia, apenas quatro espécies haviam sido catalogadas antes do estudo.
Coleções científicas são guardiãs da biodiversidade
A descrição das novas espécies só foi possível graças ao acesso a coleções biológicas do Inpa e de instituições parceiras. Muitas das amostras analisadas foram coletadas ao longo de décadas e cuidadosamente preservadas.
“Essas coleções são verdadeiros guardiões da biodiversidade. Sem esse material, o trabalho seria inviável”, destacou o pesquisador.
O processo de identificação envolveu análises detalhadas da morfologia dos insetos, com foco em estruturas específicas, como o clípeo — região entre as antenas e as mandíbulas. As vespas amazônicas revelaram traços únicos, não observados em outras regiões. Algumas espécies também apresentaram padrões inéditos de coloração e variações anatômicas que surpreenderam os pesquisadores.
Conservação e futuro da pesquisa
A descoberta vai além do avanço científico. Ela reforça a importância de proteger o bioma amazônico e investir em pesquisas taxonômicas. Cada nova espécie descrita representa uma peça importante no entendimento da biodiversidade.
A expectativa agora é que o trabalho incentive novas pesquisas sobre vespas e outros grupos de insetos pouco explorados, não apenas na Amazônia, mas em outros biomas brasileiros igualmente diversos e ameaçados.
Referências da notícia
Portal Amazônia. Pesquisadores do Inpa descrevem 33 novas espécies de vespas na Amazônia. 2025