Onda de calor: risco de morte no Brasil Central. O que fazer?

O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) publicou aviso válido até sexta (09) sobre a onda de calor, com risco alto de hipertermia no Brasil central, incluindo Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, além do Triângulo Mineiro e norte de São Paulo.

Onda de calor: Risco de morte no Brasil Central
O INMET publicou aviso sobre a onda de calor que afeta o Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil e traz risco de hipertermia e morte.

Um alerta foi emitido pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) sobre a continuidade da onda de calor que se mantém a vários dias sobre o país. Há risco de hipertermia que pode levar à morte em diversos Estados da região Centro-Oeste e Sudeste.

A onda de calor já quebrou diversos recordes de temperaturas máximas em Setembro e deve continuar agindo pelo menos até esta sexta-feira (09). O fenômeno é formado devido à presença de um anticiclone (região de alta pressão) que favorece a formação de condições meteorológicas nocivas à saúde.

As temperaturas máximas, que ocorrem por volta das 15h, podem superar os 40 graus, e a umidade relativa pode atingir valores inferiores a 20% nas regiões alertadas, que incluem o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Triângulo Mineiro e norte de São Paulo.

A situação pode causar hipertermia, uma condição onde o corpo humano absorve mais calor do que é capaz de dissipar, causando uma elevação extrema da temperatura corporal. A hipertermia requer tratamento imediato para prevenir invalidez ou morte.

Embora não seja comum no Brasil, quase meio milhão de mortes são registradas todos os anos por hipertermia no mundo, principalmente em grandes metrópoles.

E não são apenas as áreas urbanas que sofrem com a onda de calor. O agronegócio brasileiro vem registrando grandes perdas devido ao tempo seco e quente, especialmente nas lavouras de café que perderam floradas e passam por uma situação delicadíssima.

Alerta de Hipertermia e Risco de morte emitido pelo INMET
Os alertas de maior perigo estão em vigor nas áreas marcadas em vermelho, que compreendem o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Triângulo Mineiro e norte de São Paulo. (Imagem: INMET)

Além disso, avicultores da cidade de Bastos, em São Paulo, relataram a morte de dezenas de milhares de galinhas em decorrência das temperaturas altas, que ultrapassaram os 40 graus. O setor pode registrar perdas superiores a 30% na produtividade, situação que deve impactar diretamente no preço dos ovos.

A chance de formação de incêndios florestais também aumenta e traz um risco ainda maior para os biomas nativos e especialmente para o pantanal brasileiro, que já registrou recordes de queimadas nos últimos meses.

Como saber se você está sofrendo de hipertermia

O estágio inicial inclui suor excessivo, respiração rápida e pulso rápido e fraco. Se a condição progredir, a pele fica quente e mais seca que o normal. A desidratação decorrente pode produzir náuseas, vômitos, dores de cabeça e pressão baixa, levando a desmaios ou tonturas.

Em casos mais avançados, a pessoa pode apresentar comportamento confuso, hostil ou aparentemente intoxicado. A pele pode ficar pálida ou até mesmo azulada. Crianças pequenas podem sofrer convulsões.

A atenção deve se voltar especialmente à idosos, crianças ou pessoas com doenças neurovasculares. Caso não seja tratada, a hipertermia pode levar à falência de órgãos, inconsciência e morte. Caso seja necessário, requisite uma ambulância do SAMU através do número de telefone 192.

O que fazer para evitar a hipertermia

Recomenda-se evitar ao máximo a exposição ao sol e, se possível, permanecer em locais frescos, ventilados e sem aglomeração. Caso não seja possível escapar do sol, utilize roupas leves e protetor solar para evitar queimaduras na pele.

É de extrema importância evitar qualquer tipo de atividade ao ar livre (incluindo esportes, caminhadas e atividades físicas) entre as 10h e as 17h, período do dia em que o calor e o tempo seco atingem seu ápice.

Manter-se hidratado e consumir água ao longo do dia também ajuda o corpo a controlar a temperatura e evitar a desidratação. A dica se estende para o consumo de alimentos ricos em água, como melancia, laranja e outras frutas e legumes. Evite comer alimentos gordurosos e frituras, que podem piorar um possível quadro de hipertermia.