Nebulosidade, chuva e frio, cenário da primeira invernada de 2021?

O tempo mudou em boa parte do país nos últimos dias, o período úmido se instalou provocando até paralisação do plantio da soja. Será que os produtores rurais devem se preocupar com primeira invernada do ano?

Chuva
Chuva ganha força e continuidade sobre as áreas produtoras do país

Produtores rurais que enfrentaram grandes dificuldades em suas lavouras nos últimos meses ficaram aliviados com o retorno da chuva, o período úmido enfim se instalou e agora as precipitações aumentam o índice de água no solo para o plantio da safra de verão que já começou.

No Sul do Brasil a chuva começou primeiro, em especial sobre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina que viram a reversão do déficit hídrico acontecer já entre agosto e setembro.

No Paraná, a chuva ainda ocorria de forma muito irregular e chegou a preocupar produtores de soja que viram o início do plantio da safra de verão atrasar devido ao solo muito seco e as altas temperaturas.

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Precipitação registrada e sua anomalia durante os primeiros dias de outubro. Fonte: CPTEC/INPE

Regiões como Sudeste e Centro-Oeste demoraram a ver o retorno da chuva, especialmente de forma organizada, bem distribuída e com volumes expressivos capazes de aumentar a disponibilidade hídrica do solo. Mas a primeira quinzena de outubro vem sendo marcada pela mudança do padrão, o que deixou produtores de soja, cana-de-açúcar, citrus e café bastante aliviados.

Excesso de chuva paralisa plantio da soja

O Paraná que era o estado com menos chuva e menores índices de água no solo viu o cenário mudar completamente. Antes com solo seco, o início do plantio da soja até atrasou em algumas áreas do estado, agora o problema é o excesso das precipitações.

Produtores rurais precisaram paralisar de forma momentânea as atividades de campo devido ao excesso de umidade que dificulta a entrada de máquinas no campo para semeadura, além dos temporais com granizo e descargas elétricas que colocam a vida dos empregados em risco. Produtores rurais aguardam uma janela de tempo seco para voltar ao plantio.

Florada da safra de café 2021/22

Cafeicultores estavam preocupados com a falta de chuva e com as altas temperaturas das últimas semanas. Com o início da primavera vieram os primeiros temporais com granizo que ajudam a aumentar os prejuízos no campo.

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Primeiras precipitações induzem a florada do café da safra 2021/22

Apesar da chuva forte, os volumes muitas vezes significativos induziram a primeira florada da safra 2021/22, o que traz de volta a esperança do produtor no sul de Minas Gerais, no cerrado mineiro, enfim, em todo o cinturão cafeicultor do país.

A preocupação era se a florada iria vingar devido a ausência de umidade suficiente no solo para garantir um bom desenvolvimento das flores do café a fim de serem produtivas. Agora com a instalação do período úmido, da chuva com maior frequência e com volumes elevados, o produtor rural respira aliviado.

Primeira invernada do ano?

Com a continuidade das precipitações nos últimos dias e com a previsão de mais chuva ainda nas próximas semanas, além da queda de temperatura, os produtores rurais devem se preocupar e pensar na primeira invernada de 2021?

A expectativa para os próximos dias ainda é de chuva expressiva em boa parte das áreas produtoras do Brasil. Até meados da próxima semana, os maiores acumulados devem ser registrados no centro-sul, em especial áreas do Paraná que seguirá com dificuldades no plantio da soja, e também sobre o Sudeste. Há previsão de boas chuvas sobre áreas produtoras do Centro-Oeste também.

A partir de meados da próxima semana, vale ressaltar que a chuva volta a se espalhar e ganhar intensidade sobre a principal fronteira agrícola do Brasil, o MATOPIBA. Volumes de até 100 milímetros podem ser registrados entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Com relação às temperaturas, são esperadas anomalias negativas em boa parte do centro-sul brasileiro, desde o Rio Grande do Sul até o nordeste mineiro e áreas de Mato Grosso. Ou seja, ao que tudo indica, teremos sim uma janela de invernada sobre áreas produtoras com a combinação de chuva, nebulosidade e temperaturas amenas.