Ciclone Tropical Calvinia: virada de ano agitada no Índico Sul

A virada de ano foi agitada no Oeste do Oceano Índico Sul. O ciclone tropical Calvinia trouxe alerta classe III às Ilhas Maurício, à leste de Madagascar. Após se intensificar e chegar à intesidade de furacão categoria 1, Calvinia segue para sudeste já com características de ciclone extratropical.

Ciclone Tropical Calvinia
Imagem obtida pela NASA mostra a estrutura organizada do Ciclone Tropical Calvinia sobre as Ilhas Maurício. Créditos: NASA Worldview.

A virada de ano foi agitada no Sudoeste do Oceano Índico. O ciclone tropical Calvinia trouxe alerta classe III às Ilhas Maurício (África Oriental), que indica rajadas entre 178 e 207 km/h. Calvinia é o terceiro sistema da temporada do Oeste do Índico Sul, após Ambali e Belna.

Calvinia se formou no domingo (29/12) à Leste de Madagascar. O sistema de baixa pressão, com deslocamento Sul/Sudeste, foi direto ao encontro das Ilhas Maurício. Já na segunda (30/12), o país insular sofria as consequência da aproximação lenta do ciclone tropical: chuva excessiva, inundações, ventos muito fortes e agitação marítima.

Imagens da Agência Nacional Espacial dos Estados Unidos (NASA) mostraram que no dia 30/12 Calvinia já apresentava convecção organizada, com bandas de tempestades severas espiraladas de sua porção oeste para o centro - características típicas de um ciclone tropical. Uma dessas bandas estava justamente sobre as Ilhas Maurício. O vento máximo sustentado era de 64,37 km/h, segundo o Joint Typhoon Warning Center.

A previsão de segunda (30/12), mostrava que o ciclone tropical seguiria para o Sul/Sudeste, após passar pelas Ilhas Maurício. Entre os dias 31/12 e 01/12, Calvinia deveria permanecer com uma intensidade similar ou uma um pouco mais forte, por estar em um ambiente com temperatura de superfície do mar e calor armazenado no oceano elevados.

O que aconteceu é que Calvinia se intensificou bastante entre terça e quarta-feira, chegando à intensidade equivalente ao de um furacão categoria 1. Felizmente, quando o ciclone tropical atingiu ventos sustentados de mais de 120 km/h, ele já estava bastante afastado de qualquer ilha ou arquipélago povoados, causando somente alertas à navegação.

Logo após sua intensificação máxima, o ciclone Calvinia entrou em um ambiente de menores temperaturas de superfície do mar e maior cisalhamento do vento, perdendo o combustível e estrutura vertical para convecção profunda típica de sistemas tropicais. Sendo assim, Calvinia já ganhou ontem o status de depressão pós-tropical pelo Météo-France, agência responsável por monitorar o setor oeste do Oceano Índico Sul. Os últimos boletins mostram ventos ainda intensos (100 km/h) e hoje é previsto que Calvinia complete a transição, e se torne um ciclone extratropical.