Chuvas provocam rompimento de represa no MT, caos e mortes na Bolívia

O grande volume de água fez as tubulações cederem, provocando o rompimento da represa. Parte dos estados do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo estão sob alerta de risco de fenômenos adversos de acordo com o CPTEC/INPE.

Chuva em Cuiabá deixa bairros alagados
Cuiabá, capital Mato-grossense, registrou 41mm de precipitação em uma hora na segunda-feira (24).

No sábado (22), uma represa no Mato Grosso se rompeu devido ao grande volume de chuva dos últimos dias. A represa fica em Nova Ubiritã, 506km de Cuiabá. Devido ao rompimento da represa, a rodovia MT-242 foi interditada e deverá permanecer assim até quarta-feira (26). Na semana passada, o município de Nova Brasilândia teve pontes e tubulações levadas pela chuva e decretou situação de emergência. As cidades de Sorriso, Sinop, Vera e Feliz Natal também estão em alerta.

No Goiás, um ciclista foi arrastado pelas chuvas na segura-feira (24) enquanto tentava subir uma rua em Palmeira de Goiás. Há risco de rompimento de uma represa próximo a Goiânia e já houve interdição da Av. Samambaia por prevenção. A defesa civil já está monitorando o local. Em São Paulo (SP), as chuvas tem causado alagamentos constantes. Na segunda-feira (24) a Avenida 23 de maio ficou submersa.

As chuvas persistentes e intensas também estão atuando em países vizinhos neste verão, como é o caso da Bolívia. As fortes chuvas dos últimos dias na Bolívia, em particular no centro do país e na região de Cochabamba, já causaram pelo menos 18 mortos e afetou mais de 10.000 famílias. A proclamada presidente interina, Jeanine Áñez, cancelou mesmo todos os eventos de agenda para visitar o local e acompanhar os trabalhos de limpeza e auxílio às populações.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o volume de chuvas registrados na região do Mato Grosso está acima da média anual. Toda a chuva esperada para o mês de fevereiro caiu nos primeiros 15 dias. A maior parte destas chuvas foram causadas pela Zona de Convergência do Atlântico Sul (que se formou entre os dias 10 e 14) e convecções locais favorecidas pela mesoescala e escala sinótica.

As chuvas na Bolívia e no Mato Grosso dos últimos dias foi causada por um cavado que favoreceu a instabilidade na região. A instabilidade se intensificou com o escoamento de umidade da Amazônia que fluía em direção ao Goiás, onde convergiu em baixos níveis.

Previsão para o Mato Grosso

As chuvas devem permanecer ativas sobre o Mato Grosso devido a instabilidade termodinâmica que continuará sendo favorecida pelo cavado e o escoamento de umidade. As chuvas podem alcançar 100 mm no acumulado semanal na região sul do estado. Ao longo da semana, As temperaturas devem variar entre 24ºC e 32ºC na maior parte do estado e a umidade relativa não deve ficar abaixo dos 85%.