2020 pode ser o ano mais quente da história

Projeções indicam 75% de chance de 2020 ser o ano mais quente da história global! Se não for o mais quente, com certeza estará entre os 5 mais quentes, mesmo com a redução da poluição devido a pandemia da COVID-19.

2020 ano mais quente da história
De acordo com projeções feitas pela NOAA, há 75% de chance de 2020 ser o ano mais quente da história.

O ano de 2020 está a caminho de ser o ano mais quente do mundo desde o início dos registros, de acordo com as projeções feitas pelos meteorologistas da NOAA que estimam que há 75% de chance desse ano ser o mais quente de todos, superando o ano de 2016, o ano mais quente registrado até então.

As estimativas são feitas com base nas anomalias atuais, nas leituras históricas globais de temperatura anual e projeções estatísticas, que são calculadas diversas vezes para dar a mínima porcentagem de erro possível.

Pelos cálculos feitos pelos meteorologistas da NOAA, a probabilidade de 2020 ser o ano mais quente da história é de 75% e ainda maior, de 99.9%, de estar entre os 5 anos mais quentes dos registros. Outro cálculo feito por Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, da NASA, chegou a uma probabilidade de 60% desse ano bater o recorde. Já o Met Office, da Inglaterra, estimou uma probabilidade de 50%.

Diversos recordes de calor já foram registrados desde o início do ano, o que surpreende os cientistas, já que este não é um ano de El Niño, fenômeno climático que normalmente impulsiona o aumento das temperaturas globais.

O mês de janeiro de 2020 foi o janeiro mais quente da história, ultrapassando o recorde anterior de 2016 por 0.03°C, fevereiro foi o 2° mais quente dos registros e março ficou entre o 2° e 3° mês de março mais quente do histórico. Considerando a média dos três meses, o trimestre de janeiro, fevereiro e março de 2020 foi o segundo mais quente dos registros, com uma anomalia de 1.15°C acima da média desde 1880.

A redução de 6% das emissões de CO2 devido a pandemia é, infelizmente, uma boa notícia apenas a curto prazo.

Apesar da implementação da quarentena e dos bloqueios de atividades em grande parte do mundo terem reduzido o nível de poluição do ar e as emissões de dióxido de carbono ( CO2 ), esse efeito não será o suficiente para desacelerar a tendência de aquecimento que temos observado nos últimos anos. Cientistas dizem que as medidas de redução devem ser muito mais profundas e de longo prazo para termos o desaceleramento do aquecimento global.

O Professor Petteri Taalas, secretário geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), disse em um comunicado da ONU que a queda de aproximadamente 6% nos níveis de CO2 devido a pandemia da COVID-19, é uma boa notícia apenas a curto prazo, mas a OMM espera que as emissões voltem ao normal assim que a economia global volte a se recuperar.

Essa queda dos níveis de CO2 durante a pandemia está muito associada a redução dos níveis de poluentes atmosféricos emitidos pelas atividades humanas baseadas na queima de combustíveis fósseis.

Essa redução da poluição tem dado grande alívio a países que conviviam com níveis perigosos de poluição, como a Índia e China. Porém, temos que lembrar que esses poluentes, como o óxido nitroso (N2O), possuem um tempo de vida útil de dias a semanas na atmosfera, já o CO2 pode ficar na atmosfera e oceanos por anos e até séculos. Portanto seus efeitos na atmosfera são duradouros.

Dessa forma, embora a pandemia tenha reduzido as emissões de gases de efeito estufa temporariamente, a crise climática continua inabalável e não podemos deixar de buscar soluções para reverter essa grave tendência global.