Região Sul sob alerta de tempo severo e volume excepcional de mais de 200 mm até esta segunda-feira
O processo de formação de um ciclone se iniciou e chuvas intensas já atingiram o Sul no fim de semana. A precipitação se intensifica nesta segunda-feira e traz potencial de tempo severo e acumulados de mais de 200 mm.
Chuvas intensas e tempestades vêm ocorrendo desde a sexta-feira (01) no Rio Grande do Sul e passa intensificaram neste fim de semana sobre o território gaúcho espalhando para Santa Catarina, oeste e sul do Paraná.
Neste domingo (03), o processo de formação de um ciclone extratropical se iniciou intensificando as chuvas e aumentando o risco de tempo severo sobre a Região Sul, principalmente sobre o Rio Grande do Sul e o estado de Santa Catarina. Desde a sexta-feira (01), acumulados em torno dos 100 mm foram registrados no norte e noroeste do Rio Grande do Sul, no sudoeste oeste do Paraná, segundo os pluviômetros do INMET e do Cemaden.
Q vai chover muito no RS na segunda-feira, já estamos cientes. Agora, minha curiosidade: o quão extremo será esse episódio, p/ esta época? ECMWF responde q será uma quantidade de chuva "very unusual" (c/ vários modelos de seu conjunto indicando acumulados acima do percentil 99%)! pic.twitter.com/jYg4R6y3qK
— Luiz, o dos ciclones (@wxluizfelippe) September 2, 2023
Até esta segunda-feira (04), as instabilidades se intensificam e o potencial para transtornos aumenta devido ao risco de tempo severo e, principalmente, pelo elevado volume em 24 horas que podem superar os 200 mm, chegando aos 300 mm desde sábado (02).
Alerta de tempo severo e acumulado de chuva excepcional
A intensificação da região de cavado, que atua na Região Sul, acontece nesta tarde de domingo (03) com chuvas potencialmente intensas e risco de tempestade, que podem vir acompanhadas de granizo, em todo o estado do Rio Grande do Sul, sul e oeste de Santa Catarina, e nas regiões catarinenses próximas a divisa com o território gaúcho. No Paraná, pancadas isoladas e tempestades pontuais atingem o centro-norte, o noroeste, o oeste e sudoeste do estado.
No entanto, é no período da noite que acontecem as chuvas mais intensas do dia. A região de cavado, que é um extensão de uma de uma baixa pressão entre o sul do Paraguai e o nordeste da Argentina, se intensifica e se desloca mais para o leste e sudeste do Rio Grande do Sul, permitindo a atuação da baixa pressão sobre parte da Região Sul.
Assim, as instabilidades se desenvolvem mais e há elevado potencial de chuvas muito intensas e tempo severo sobre boa parte do Rio Grande do Sul, com exceção do sul do estado, sobre o oeste e sul de Santa Catarina.
Na madrugada de segunda-feira (04), a baixa pressão já atua sobre o território gaúcho e não há trégua dos eventos extremos. Os alertas continuam para a elevada intensidade e potencial de tempo severo, agora, para todo o Rio Grande do Sul, sul e oeste de Santa Catarina, com possibilidade de atingir também o sudoeste do Paraná.
No decorrer da manhã, a baixa pressão se desloca para o oceano e a frente fria associada ao ciclone extratropical começa a se formar. Assim, há a continuidade das chuvas intensas e das tempestades sobre o Rio Grande do Sul, sul e oeste de Santa Catarina e aumenta o risco desses eventos sobre o sudoeste, oeste e porção central do Paraná.
No período da tarde, as chuvas diminuem no noroeste, oeste e sul do Rio Grande do Sul e continuam muito intensas nas demais regiões do território gaúcho. Já no centro-sul e no meio-oeste catarinense e na metade oeste e norte do Paraná, há alerta de tempo severo e de elevado volume.
No período da noite, a frente fria já formada avança favorecendo a entrada de uma massa de ar frio e a diminuição das chuvas no centro-sul, oeste e noroeste do Rio Grande do Sul e no extremo oeste de Santa Catarina. Já no leste, norte e nordeste do território gaúcho, no sul, meio-oeste de Santa Catarina e na metade oeste do Paraná, chuvas intensas continuam e o alerta se mantém para o risco de transtornos.
Na horas seguinte, as chuvas reduzem de forma gradativa e a calmaria volta a tomar conta da Região Sul devido ao avançado de uma massa de ar frio, que traz de volta o clima de inverno, com risco de geada sobre na Campanha Gaúcha nas áreas de fronteira com o Uruguai.