Quando volta a chover em toda a Região Sul?

A Região Sul vem sofrendo com a estiagem desde Novembro de 2019 e as chuvas que ocorreram desde então não foram suficientes para reverter a situação. Mas até quando irá essa condição? Quando as chuvas se tornam persistentes? Respondemos aqui.

estiagem no Sul
Estiagem no Sul do Brasil se agrava a cada semana.

Não é novidade para ninguém que o Sul do Brasil vem sofrendo com uma intensa estiagem desde Novembro de 2019, ainda mais para a população da Região que observou os impactos nos volumes dos rios e, principalmente, na agricultura, na qual a safra 19/20 além de sofrer com a seca foi prejudicada, também, pelo o atraso do plantio pelo excesso de chuvas no mês de Outubro.

A esperança está agora nos meses de Maio e Junho, que é justamente o período quando se observa o aumento da frequência das chuvas no sul do Paraná, meio-oeste de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Mas será que este retorna ocorrerá? A seguir a análise.

O que o modelo climático CFSv2 mostra?

Partindo da premissa que estamos em um período de neutralidade para El Niño - Oscilação Sul (ENOS), o pensamento mais comum seria que o padrão de chuvas corresponderia a climatologia, no entanto, outros fatores influenciam a atmosfera como, por exemplo, a temperatura da superfície do Oceano Atlântico (SST). Para o próximos meses é a SST que nos dá a resposta, uma vez que para esta variável é possível projetar um horizonte mais extenso. Vale ressaltar, que a Oscilação Antártica (AAO) é um fator extremamente influente no padrão de chuvas do Centro-Sul, no entanto, a sua previsibilidade é baixa, em torno de 7 dias.

Analisando a projeção de anomalia de SST para os meses de Maio e Junho, vemos que as águas no sul do Atlântico Sul se mantêm mais frias. Assim, mesmo que haja um aumento da passagem de sistemas frontais, estes não conseguem permanecer por muito tempo e provocar chuvas persistente, acumulando volumes que possam reverter a situação atual.

O que se observa na animação das anomalias de precipitação para as próximas semanas, é justamente uma maior atuação e passagem de frente frias na Região Sul através das anomalias positivas mostradas nos mapas. No entanto, deve se levar em conta que são valores referentes ás semanas e não ao mês todo. Quando se observa a anomalia mensal, os valores previstos não são muito elevados, condição esta, que podemos interpretar como chuvas ainda não estabelecidas conforme o esperado.

Em resumo, haverá um aumento nos eventos de precipitação na Região Sul, porém, não serão duradouros e suficientes para gerar volumes elevados. Haverá sim um melhora, mas não o suficiente para reverter o cenário atual.