Ciclone subtropical e os alertas para as regiões Sul e Sudeste

Todos já estão muito bem informados sobre a intensa massa de ar polar que traz a primeira onda de frio do ano que atinge boa parte do país. No entanto, há muita confusão sobre os riscos e principalmente da estrutura do próximo ciclone. Confira aqui os alertas e as última atualizações.

ciclone Região Sul
Ciclone subtropical traz alertas de intensas rajadas de vento para a Região Sul e também influencia o Sudeste.

Primeira massa de ar polar, primeira onda de frio, primeiro eventos de precipitação invernal… Todos esses termos estão sendo bastante comentados nos últimos dias. Agora, além dessa antecipação do inverno, temos a ameaça de um ciclone com características subtropicais e com trajetória incomum, que também está mudando muito a previsão de neve dos modelos.

A seguir apresentamos o que esperar de fato sobre o ciclone subtropical e a última atualização sobre a neve e demais tipos de precipitação invernal.

Ciclone subtropical e os alertas de rajadas de vento

Uma baixa pressão que já atua no oceano próxima à costa das regiões Sul e Sudeste contribuiu para chuvas de até forte intensidade e temporais no Mato Grosso do Sul, no estado de São Paulo e em Minas Gerais, durante o seu processo de formação.

ciclone
Trajetória ciclone subtropical no ponto inicial A até o final Z na madrugada de quarta-feira.

Agora, no decorrer das próximas 72 horas, o sistema evolui para um ciclone subtropical que inicia a sua trajetória para o oceano adentro, deslocando-se logo em seguida em direção ao continente. Uma trajetória um tanto incomum para sistemas em média e altas latitudes.

Além dessa particularidade do seu caminho, o interessante é a sua junção ao com outro sistema de baixa pressão que se encontra ao sul do Uruguai e leste da Argentina, que ocorre no decorrer da manhã de segunda-feira (12).

ciclone subtropical
Estrutura da baixa pressão mostra características subtropical (campo rosa) com um núcleo mais quente e assimétrico. No final do seu período, passa a ter leves características atribuídas a furacões, mas não definição suficiente e principalmente aprofundamento do núcleo de pressão suficiente para ser um ciclone tropical.

No restante do dia, o sistema evolui para um ciclone subtropical se deslocando mais para sul e, durante a noite, se inicia sua aproximação para o Uruguai e Rio Grande do Sul. Esse processo pode ser percebido com o aumento da nebulosidade na metade sul do território gaúcho e com ocorrência de chuva de fraca a moderada intensidade somente na região costeira do sul do estado.

Na terça-feira (17) pela manhã o ciclone subtropical se encontra mais intenso e no fim do período sua periferia atua no sul e leste do Rio Grande do Sul, com rajadas de vento de 60 a 80 km/h, sendo mais intensas nas regiões costeiras.

Este sistema NÃO é um Ciclone Bomba e NÃO é um Furacão ou Ciclone Tropical.

A partir da tarde o sistema mantém o seu deslocamento em direção ao continente, aumentando gradativamente a intensidade dos ventos no Rio Grande do Sul e nos demais estados da Região Sul, com rajadas que podem superar facilmente os 100 km/h até o período da noite:

  • Rio Grande do Sul: toda a faixa leste (inclui região de Porto Alegre) em alerta para rajadas de 80 a 115 km/h, sendo mais intensas no litoral; no Norte, Centro, Sul e Campanha com rajadas de 60 a 85 km/h; Oeste e Noroeste os ventos atingem no máximo os 50 km/h.
  • Santa Catarina e Paraná: a intensidade dos ventos é menos intensa, mas rajadas de até 65 km/h podem ocorrer na região de planalto, no sul e leste catarinense, no sul e leste do Paraná.

Na quarta-feira (18), o ciclone avança para norte e próxima à costa do Rio Grande do Sul e da metade sul de Santa Catarina. Além dos ventos, chuvas de fraca à moderada intensidade ocorrem no sul, leste e nordeste do Rio Grande do Sul, na porção central e sul de Santa Catarina. No Paraná, somente chuva fraca no sul do estado e tempo nublado em todas as regiões.

Alertas de intensas rajadas de vento ao longo de todo o dia, sendo mais intensos pela na madrugada e manhã no Rio Grande do Sul, a partir da manhã em Santa Catarina e a partir da tarde no Paraná.

  • Rio Grande do Sul: em toda a faixa leste rajadas de até 130 km/h; regiões Norte, Centro, Sul e Campanha rajadas de até 75 km/h. A partir do fim da manhã a intensidade diminui bastante, mas ainda podem ocorrer ventos de até 70 km/h.
  • Santa Catarina: na faixa leste do sul até a altura de Florianópolis, rajadas de 80 a 130 km/h; na porção central e norte rajadas de 75 a 95 km/h.
  • Paraná: no sul, centro-leste as rajadas variam de 60 a 90 km/h, sendo mais intensas nas áreas mais ao leste.

O ciclone também afeta a Região Sudeste

Com a aproximação e atuação do ciclone subtropical próximo à costa da Região Sul, o sistema também contribui para o aumento da intensidade dos ventos em parte do estado de São Paulo e no Rio de Janeiro, acabando por serem mais intensos a partir do fim da tarde de quarta-feira.

Pela manhã já se nota uma condição mais ventosa no centro-sul e leste de São Paulo e no extremo sul de Minas Gerais, com rajadas de 60 a 75 km/h, sendo mais intensas no sul e leste paulista.

ciclone subtropical no Sudeste
Ciclone subtropical atua de forma mais oceânica, mas mesmo podem provocar rajadas de vento intensas na costa do estado de São Paulo.

A partir da tarde e principalmente no fim do dia e no período da noite, os ventos aumentam bastante de intensidade, mas afetam somente as regiões do leste de São Paulo e principalmente costeiras. Alertas de rajadas de 75 a 95 km/h.

No Rio de Janeiro, os ventos mais intensos adentram o estado somente a partir da tarde de quinta-feira (19), com rajadas de 70 a 95 km/h.