Alerta de evento extremo de chuva para SP e RJ: índice EFI do ECMWF traz situação muito preocupante nos próximos dias

O índice de previsão extrema do modelo ECMWF indica que o evento estará entre os 1% mais extremos da história da Região Sudeste, com potencial de destruição.

A chuva prevista nos modelos meteorológicos para os próximos dias tem potencial de causar alagamentos, enchentes e deslizamentos de terra. Créditos: reprodução/internet.
A chuva prevista nos modelos meteorológicos para os próximos dias tem potencial de causar alagamentos, enchentes e deslizamentos de terra. Créditos: reprodução/internet.

A Região Sudeste do Brasil está sob alerta máximo para um evento extremo de chuva nos próximos dias, com potencial destrutivo especialmente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Além dos elevados volumes de chuva previstos pelos modelos, o Índice de Previsão Extrema (EFI) do modelo ECMWF reforça a gravidade da situação e aponta que este será um dos eventos mais extremos da climatologia local. Confira os detalhes.

Rio de Janeiro e São Paulo em alerta máximo para chuva extrema

O EFI do modelo ECMWF indica que, entre sábado (05) e domingo (06) a precipitação na faixa leste da Região Sudeste será extrema, ou seja: muito superior ao normal. Este indicador mede o quão anormal uma previsão do tempo é em comparação ao padrão climático da área analisada. Ele identifica eventos extremos e incomuns, sendo dividido da seguinte forma:

  • EFI entre 0.5 e 0.8: condição "incomum";
  • EFI acima de 0.8: evento "muito incomum" ou "extremo".
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Índice de previsão extrema do ECMWF para sábado (05, esquerda) e domingo (06, direita) destacando condições incomuns e extremas.

Nos mapas acima vemos que o EFI destaca condições de precipitação incomum para sábado (05, à esquerda) e extrema para domingo (06, à direita) na faixa leste do Sudeste, deixando a população em alerta. Os valores em vermelho dentro dos contornos pretos indicam que este evento estará entre os 1% mais extremos da história da Região Sudeste, com potencial de destruição.

Os modelos indicam que as áreas mais atingidas serão o litoral de São Paulo e do Rio de Janeiro, além da sua região serrana, o que reforça a gravidade da situação, uma vez que estas regiões possuem um histórico de tragédias com centenas de mortos, por serem áreas muito vulneráveis a deslizamentos de terra.

Acumulados podem passar de 300 mm

A chuva prevista pelo modelo ECMWF, modelo de confiança da Meteored, indica volumes superiores a 300 mm em dois dias. Os volumes serão elevados desde o litoral sul de São Paulo até a região de Campos dos Goytacazes (RJ).

No estado de São Paulo, a previsão destaca, até o fim da segunda-feira (08):

  • Cubatão: 170 mm
  • Paranapiacaba: 180 mm
  • Rio Grande da Serra: 160 mm
  • Ubatuba: 214 mm
  • Itamambuca: 200 mm

Já no Rio de Janeiro, o estado mais atingido, os maiores volumes estão previstos para:

  • Sossego: 300 mm
  • Petrópolis, Cachoeiras de Macacu: 230 mm
  • Teresópolis, Angra dos Reis: 214 mm
  • Tarituba, Mambucaba, Cunhambebe: 240 mm

Dezenas de outras cidades além das citadas aqui terão volumes elevados de chuva com grande potencial para transtornos.

Anomalia de temperatura da superfície do mar e topografia favorecem chuva volumosa

O Oceano Atlântico Sul vem registrando anomalias positivas de temperatura da superfície do mar (TSM) na costa do Brasil de mais de 2°C, ou seja, está bastante aquecido em relação à média. Isso aumenta a disponibilidade de umidade para a atmosfera através da evaporação da água, além de fornecer um contraste térmico intenso para a chegada da frente fria.

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Anomalia de TSM do Oceano Atlântico Sul na última segunda-feira (31) destacando águas muito aquecidas na costa Sul e Sudeste do Brasil. Créditos: NOAA.

A topografia acidentada das regiões serranas de São Paulo e Rio de Janeiro é outro fator que favorece a intensificação dos sistemas de chuva, uma vez que são barreiras naturais que forçam o levantamento do ar. Além disso, são áreas mais vulneráveis a deslizamentos de terra.

Moradores de áreas com histórico de enchentes, alagamentos e, principalmente, deslizamentos de terra precisam estar em alerta máximo, acompanhando as recomendações da Defesa Civil de cada região. Se possível, o ideal é buscar abrigo em outros lugares para garantir sua segurança.