Produção de mudas de morango no Brasil dobra; variedade da Embrapa impulsiona expansão

Lançada pela Embrapa em 2023, a cultivar de morango BRS Fênix dobrou a produção de mudas no Brasil e promete nova expansão até 2026, reduzindo a dependência externa e melhorando qualidade, logística e renda de produtores rurais.

morango, RS, Embrapa
Campos de morango no Sul do Brasil mostram o vigor da nova cultivar nacional, com frutos grandes e colheita antecipada.

Em apenas dois anos, a produção de mudas da cultivar nacional de morangueiro BRS Fênix (BRS DC25), desenvolvida pela Embrapa, dobrou. O avanço não é só um número chamativo: ele indica uma virada na oferta de material propagativo, reduzindo gargalos históricos e dando previsibilidade para quem planta e comercializa morango no país.

Morango. Viveristas
Viveiristas licenciados ampliam a oferta da BRS Fênix, garantindo qualidade e sanidade das plantas.

Esse salto vem acompanhado da expansão da rede de viveiristas licenciados e de projeções otimistas: além de ter passado de cerca de 2,5 para mais de 5 milhões de mudas desde o lançamento em 2023, a Fênix pode ultrapassar 10 milhões em 2026, à medida que mais produtores adotam a variedade. Também cresceu o número de viveiristas licenciados, de 18 (2023) para 36 (2025).

O que é a Fênix e por que ela chamou atenção

Criada pela Embrapa Clima Temperado e lançada em 2023, a Fênix se destaca por precocidade (intervalo menor entre plantio e início da colheita), frutos grandes, equilíbrio entre açúcar e acidez e boa firmeza, combinação que favorece sabor, aparência e resistência ao transporte.

São atributos valorizados pelo varejo e que ajudam a reduzir perdas ao longo da cadeia.

Na prática, a precocidade permite “abrir janela” de mercado, antecipando oferta e alongando o período produtivo em muitos sistemas. A maior firmeza, por sua vez, melhora a pós-colheita, preservando qualidade até chegar à banca ou à caixa do delivery, algo crítico em rotas longas e climas quentes. Em 2025, a Embrapa passou a recomendar a cultivar também para o Centro-Oeste, reforçando o potencial de adaptação regional.

Impactos práticos no campo e na pós-colheita

Na lida diária, o produtor sente a diferença no bolso e na rotina:

  • Colheita mais cedo, com giro de caixa antecipado.
  • Frutos mais firmes, menos danos no manuseio e no transporte.
  • Oferta de mudas em alta, menor risco de desabastecimento na época de plantio.
  • Padronização de qualidade pedida pelo mercado.
  • Mais viveiristas licenciados, ampliando o acesso regional.
morango, RS, Agudo
Frutos firmes e sabor equilibrado garantem melhor conservação e valorização no mercado interno e nas feiras.

Com mais mudas nacionais disponíveis, a cadeia reduz dependência de importações, ganha previsibilidade de preço e logística e distribui melhor o risco entre regiões. O efeito já aparece nas estatísticas de produção de mudas e no crescimento da base de viveiristas, que dobrou desde 2023.

Efeito Brasil

A expansão da Fênix reforça uma agenda “Made in Brazil”: viveiros licenciados, fiscalização sanitária, assistência técnica e logística de frio. Onde a cultivar avança, produtores relatam maior facilidade para planejar plantio e colheita, com qualidade que atende o varejo moderno.

A recomendação recente para o Centro-Oeste abre espaço para novos polos além do Sul e do Sudeste, desde que o manejo considere clima local, altitude e sistema

Os próximos passos passam por consolidar produção de mudas de qualidade (apenas por viveiristas licenciados) e por difundir protocolos de manejo e pós-colheita para extrair o melhor dos atributos da cultivar.

Se a curva de adoção se mantiver, a oferta pode superar os 10 milhões de mudas em 2026, mas o ganho final dependerá de sanidade, capacitação e planejamento de mercado, a Fênix ajuda muito, porém não substitui boa agronomia.

Referência da notícia

Cultivar Fênix dobra a produção de mudas de morangueiro em dois anos e avança no País. 4 de novembro, 2025. Embrapa news.