Raro! Astrônomos observaram a maior explosão cósmica capturada até hoje

Utilizando dados combinados de diferentes anos, astronômos observaram a maior explosão cósmica até agora. Agora o mistério é entender o que pode ter originado uma explosão tão grande comparada a tudo que já observamos até hoje.

Maior explosão cósmica já registrada
Maior explosão cósmica já registrada pode não ter a ver com supernovas.

No Universo, há diferentes tipos de explosões enormes que conseguem destruir planetas, estrelas e até mesmo empurrar buracos negros. A maioria dessas explosões estão associadas com a morte de estrelas massivas ou com estrelas de nêutrons interagindo.

Uma das maiores explosões que podemos observar é o que chamamos de supernova. Supernova é o último suspiro que uma estrela massiva dá antes de sucumbir sobre a própria gravidade. Esse último suspiro é extremamente energético.

Astrônomos da Universidade de Southampton podem ter encontrado uma explosão ainda maior do que uma supernova. Mais especificamente, a explosão foi medida como sendo 10 vezes mais potente que uma supernova. A pergunta que fica é: o que pode ter causado essa explosão?

O que são supernovas?

Supernovas são explosões extremamente brilhantes e energéticas associadas à estrelas massivas ou à anãs brancas. Diferentes tipos de supernova recebem diferentes nomes como supernova do tipo Ia, Ib ou do tipo II, entre outros.

A classificação que uma supernova vai receber depende de quais elementos estão presentes na explosão.

Podemos observar os elementos através do espectro de luz que a explosão emite. Apesar disso, podemos separar os dois tipos mais comuns de supernovas:

Supernova tipo Ia

Esse tipo de supernova acontece quando uma anã branca está em uma binária de estrelas e ela começa a acretar matéria da estrela companheira. Ao acretar a matéria, a anã branca pode ficar instável e explodir em uma supernova.

Esquema de como uma supernova tipo Ia acontece.
O esquema de como uma supernova tipo Ia se forma. Na imagem, vemos uma anã branca acretando de uma estrela semelhante ao Sol. Crédito: NASA

Essas supernovas são extremamente brilhantes e possui uma importância para nós. Elas servem como velas para conseguirmos medir a taxa de expansão do Universo. Isso porque além de serem visíveis mesmo a longas distâncias, elas possuem um pico de brilho constante.

Supernova tipo II

Quando uma estrela que possui mais de 5 vezes a massa do Sol chega ao fim da sua vida, o processo de morte da estrela é complexo. Ao acabar com o combustível que a mantém em equilíbrio hidrostático, acontece uma supernova.

Supernova Cassiopeia
Exemplo de uma supernova tipo II chamada de Cassiopeia A. A foto é uma combinação de raios-X e óptico. Crédito: NASA

Equilíbrio hidrostático é quando a pressão no interior da estrela é equilibrada pelo campo gravitacional. Quando a pressão diminui consideravelmente, ou seja, quando o combustível acaba, a gravidade vence.

Ao colapsar sob a própria gravidade rapidamente - questão de segundos! -, as ondas de choque causadas acabam causando uma explosão extremamente brilhante.

Porém, supernovas são explosões rápidas que só são visíveis por algumas ou poucos meses.

A explosão que dura mais de 1 ano

Em 2020, o projeto Zwicky Transient Facility encontrou um sinal extremamente energético no céu. Algo comum porém o interessante foi que os pesquisadores não conseguiram encontrar uma origem para esse sinal.

Um ano depois, pesquisadores da Universidade de Southampton estavam estudando um sinal energético e ao combinarem os dados, perceberam que era o mesmo fenômeno que havia sido observado 1 ano antes.

Explosões tão energéticas duram apenas alguns segundos, era incrível que algo tão potente poderia estar durando mais de 1 ano. Isso nunca havia sido observado antes.

O que causou uma explosão tão energética e duradoura?

O grupo de pesquisadores encontraram que a origem da explosão está a uma distância de 8 bilhões de anos-luz. O astronômo que liderou a pesquisa, Dr. Philip Wiseman, acredita que os objetos mais misteriosos do Universo podem ter algo a ver: os buracos negros.

A ideia é que a explosão tenha acontecido quando um buraco negro supermassivo engoliu uma nuvem de gás mais massiva do que o nosso Sol. Durante esse processo, chamado de acreção, ondas de choques ocasionaram a explosão.

Novas observações serão necessárias para confirmar se a explosão se trata de um buraco negro acretando matéria ou algum outro fenômeno energético que deixamos passar.