Pesquisadores brasileiros e sírios desenterram pterossauro de 10 metros no Oriente Médio
Cientistas brasileiros e sírios descobrem no Oriente Médio um dos maiores pterossauros do mundo. Os fósseis foram primeiramente encontrados nos anos 2000, mas a análise recente dos pesquisadores revelou o tamanho gigantesco do animal.

O fóssil de um réptil voador foi redescoberto no Porto de Latakia, na Síria, Oriente Médio, por um grupo de pesquisadores sírios e brasileiros.
Os ossos foram encontrados, na verdade, no início dos anos 2000, mas foi uma análise recente que revelou o tamanho e identidade incomuns do animal em ambiente costeiro, sugerindo que ele é um dos maiores pterossauros do mundo.
Sobre o pterossauro ‘redescoberto’
A pesquisa foi feita por uma equipe internacional liderada pela paleontóloga sírio-brasileira Wafa Adel Alhalabi, da Universidade de São Paulo (USP); também fazem parte deste grupo os pesquisadores brasileiros Felipe Pinheiro, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), e Max Cardoso Langer, da USP. O trabalho foi divulgado em um artigo recente na revista científica The Science of Nature.
O osso do braço (úmero) do pterossauro, da família dos azhdarquídeos, foi encontrado entre 2003 e 2004 em uma mina de fosfato perto da cidade de Palmira (Síria) pelo geólogo local Atieh Sokarieh.
Os pesquisadores fizeram a análise e reconstrução do fóssil a partir desta parte do braço, e apontam que o pterossauro pode ter 90% do tamanho do maior pterossauro já descoberto no mundo até hoje; ou seja, este fóssil sírio pode ser um dos maiores do mundo. Aliás, este fóssil corresponde ao primeiro pterossauro já encontrado naquele país.
As análises mostram que este exemplar sírio poderia chegar a até 10 metros de envergadura, o que o coloca entre os maiores pterossauros já descobertos no mundo. Segundo os pesquisadores, o lendário Quetzalcoatlus northropi – o maior animal voador já encontrado – podia alcançar uma envergadura de até 11 metros.
O mais surpreendente da pesquisa
De acordo com a paleontóloga Alhalabi, essa característica da envergadura é particularmente uma surpresa, já que os registros sedimentares indicam que o pterossauro sírio também viveu em um ambiente marinho, não só em terra firme.
A hipótese se alinha a evidências anteriores encontradas nos países da Jordânia e Marrocos.

Os azhdarquídeos são raros e encontrados, principalmente, em rochas de leitos de rios. Porém, o pterossauro sírio foi encontrado em rochas de origem marinha, sugerindo que esses gigantes voadores também podiam explorar ambientes costeiros, disseram os autores em comunicado ao Jornal da USP.
E embora um osso isolado não permita a descrição de uma nova espécie, os pesquisadores acreditam que o úmero deste pterossauro pode pertencer a um animal ainda desconhecido.
Vários outros fósseis de animais que viveram no período final da Era dos dinossauros já foram encontrados e estão em estudo. Os pesquisadores vão seguir fazendo novas análises e almejam revelar informações inéditas da pré-história de uma região ainda pouco explorada, a Síria.
“A descoberta de um pterossauro gigante revela o imenso, mas ainda pouco explorado, potencial paleontológico de países do Oriente Médio, como a Síria (...)”, comentou Max Cardoso Langer, o coautor do estudo.
Referências da notícia
Um dos maiores pterossauros do mundo é descoberto no Oriente Médio por cientistas sírios e brasileiros. 16 de outubro, 2025. Tabita Said.
Fóssil de réptil voador gigante é identificado por equipe sírio-brasileira no Oriente Médio. 20 de outubro, 2025. Duda Romagna.
Recovering lost time in Syria: a gigantic latest Cretaceous azhdarchid pterosaur from the Palmyrides mountain chain. 16 de outubro, 2025. Alhalabi, et al.