Nova espécie de vitória-régia é a maior nenúfar já descoberta

Uma planta aquática gigante na Bolívia foi confirmada como uma espécie distinta e considerada a maior da espécie no mundo, denominada Victoria boliviana. Saiba mais aqui!

Nenúfar Gigante
Foi identificada uma espécie de nenúfar gigante, na Bolívia, com folhas que medem até 3,2 metros de largura e flores maiores que uma cabeça humana.

Um enorme nenúfar (planta aquática) que atingiu uma circunferência de três metros foi classificado como uma nova espécie em Kew Gardens, no oeste de Londres. A terceira espécie do gênero Victoria, nomeada em homenagem à rainha Victoria da Grã-Bretanha em 1852, é o maior nenúfar do mundo. Nomeada de Victoria boliviana, ela é nativa da Bolívia.

Os seus espécimes foram mantidos por mais de 170 anos no Herbário de Kew e por 34 anos no Herbário Nacional da Bolívia. Uma nova publicação detalha a descoberta de um grupo de especialistas do Reino Unido e da América do Sul, que foi publicada no dia 4 de julho, na revista Frontiers in Plant Science.

Nenúfar gigante encontrado no Royal Botanic Gardens, Reino Unido

As folhas deste nenúfar podem atingir uma altura de três metros na selva. Esta atraente espécie contém pecíolos pontiagudos e flores que mudam de cor: do branco para o rosa.

A espécie pode ser encontrada naturalmente nos ambientes aquáticos dos Llanos de Moxos, e nos Jardins La Rinconada, na Bolívia, os quais agora detêm o recorde de maior planta da espécie, com folhas que medem 3,2 metros.

Victoria Boliviana
O horticultor Carlos Magdalena e a artista botânica Lucy Smith seguram um nenúfar gigante em Kew Gardens. Fonte: New Scientist

Segundo a Science, esta grande planta aquática possui exemplares que estão armazenados no Herbário de Kew há 177 anos e no Herbário Nacional da Bolívia há 34 anos. No entanto, acreditava-se anteriormente que ela era uma das outras duas espécies existentes. Ela foi nomeada de Victoria boliviana por cientistas, em homenagem à sua nativa América do Sul.

Victoria boliviana

Este nenúfar tem duas espécies conhecidas, no entanto, cientistas do jardim do sudoeste de Londres especulavam há muito tempo que poderia haver uma terceira.

O Jardim Botânico de Santa Cruz de La Sierra e os Jardins La Rinconada, na Bolívia, forneceram uma coleção de sementes de nenúfares da suposta terceira espécie em 2016. Estas foram semeadas e criadas em Kew para coexistir com as outras duas espécies. O ADN das três plantas também foi examinado por cientistas, que descobriram que elas diferiam significativamente uma da outra.

Nenúfar na Bolívia
Horticultor Carlos Magdalena, na Bolívia, com a maior espécie conhecida de nenúfar gigante (Victoria boliviana). Fonte: New Scientist

As três espécies do gênero foram nomeadas em homenagem à rainha Vitória, a saber: Victoria Amazonica, Cruziana e Boliviana. As descobertas relatadas na revista Frontiers in Plant Science indicam que a Victoria cruziana é a parente mais próxima da nova espécie e a sua divergência ocorreu há cerca de um milhão de anos.

"Esperamos que a nossa estrutura multidisciplinar possa inspirar outros pesquisadores que procuram abordagens para identificar novas espécies de forma rápida e robusta" - Natalia Przelomska, cientista dos Jardins de Kew.

Natalia Przelomska, cientista dos Jardins de Kew que colaborou no estudo, afirma que descrever novas espécies é uma tarefa significativa devido à rápida taxa de perda de biodiversidade.

Nenúfares gigantes: maravilha da Era Vitoriana

Relatos mencionam que as enormes plantas descobertas pelos exploradores na bacia amazônica foram guardadas no local do nenúfar em Kew Gardens, inaugurada em 1852. As enormes folhas redondas do gigantesco nenúfar Victoria amazonica, que poderia sustentar o peso de uma criança, atraíram grandes multidões de espectadores.

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Depois dos Jardins de Kew terem tentado, sem sucesso, cultivar por 10 anos as sementes, os botânicos competiram para ser os primeiros a dar à rainha Vitória uma enorme flor de nenúfar. Seis germinaram com sucesso; algumas foram mantidas, enquanto outras foram transportadas para Chatsworth House em Derbyshire e Syon House em Londres.

A planta, que surpreendeu o mundo ocidental, era bem conhecida dos indígenas amazônicos, que a utilizavam para alimentação e cura de doenças.