Explorando os limites da longevidade humana: quanto tempo podemos viver?

O recorde de vida humana máxima não é quebrado desde a década de 1990, mas é possível que ainda não tenhamos chegado ao limite. Quantos aniversários poderíamos comemorar no futuro?

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É possível continuar prolongando a vida?

Durante séculos, o ser humano dedicou inúmeras investigações e tratamentos na tentativa esperançosa de descobrir a fórmula que consiga prolongar a vida além do que a natureza nos permite. Mas a biologia humana condiciona nossos desejos. Até que idade nós, humanos, poderíamos viver? Existe um limite para a vida?

Ao longo dos anos, a expectativa de vida aumentou significativamente em todo o mundo. No início dos anos 1900, a expectativa média de vida era de cerca de 31 anos, enquanto hoje é de cerca de 72 anos. Este aumento deve-se em grande parte a melhorias na assistência médica, nutrição e condições sanitárias. Mas é possível continuar prolongando a vida?

A expectativa de vida seguirá aumentando

Em 2019, um estudo publicado na revista Nature sugeriu que a idade máxima em que poderíamos viver é de cerca de 120 anos. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de analisar dados de mortalidade de mais de 40 países e descobriram que a idade máxima em que as pessoas morrem não mudou significativamente nas últimas décadas.

No entanto, alguns cientistas acreditam que é possível ultrapassar esse limite. Um exemplo disso é o biólogo David Sinclair, que defende a ideia de que é possível prolongar a vida humana por meio da pesquisa e da tecnologia. Segundo Sinclair, o envelhecimento é uma doença e, portanto, pode ser tratado como tal.

Através da compreensão e tratamento das causas do envelhecimento, como danos celulares e inflamação, podem ser desenvolvidas terapias que permitam às pessoas viver mais e em melhores condições.

No entanto, a ideia de viver além dos 120 anos também levanta muitos desafios e questões éticas. Seria justo para a sociedade que as pessoas vivessem por décadas? Como isso afetaria o sistema previdenciário e a economia em geral? Como isso afetaria o meio ambiente, os recursos e o planeta em que vivemos?

O que acontece se removermos as doenças?

Suponha que, por uma combinação de acaso e genética, nós omitimos tudo o que pode nos matar e não morremos de câncer, doença cardíaca ou atropelamento; quanto tempo se poderia estender a "eternidade" humana? A capacidade do nosso corpo de restaurar o equilíbrio de seus inúmeros sistemas estruturais e metabólicos após interrupções ainda desaparece com o tempo. Mesmo se sobrevivermos à vida com poucos fatores estressantes, essa diminuição define a expectativa de vida máxima dos humanos entre 120 e 150 anos.

O desejo de descobrir os segredos da imortalidade provavelmente existe desde que os humanos estão cientes da morte. Mas vida longa não é o mesmo que saúde longa.

Então, por que o recorde de idade não foi quebrado em quase 30 anos? As últimas descobertas sugerem que a expectativa de vida máxima logo começará a aumentar à medida que as pessoas nascidas nas primeiras décadas do século 20 atingirem uma idade mais avançada.

Os maiores ganhos em saúde ocorreram durante esse século, portanto, para as pessoas nascidas após 1910, a probabilidade de morrer em qualquer ano aumenta à medida que envelhecem, mas em menor grau do que as nascidas antes. Dito de outra forma, quem nasceu em 1910 ainda não teve a chance de chegar aos 120 anos, pois só chegaria a essa idade em 2030. Isso sugere que o recorde mundial da pessoa mais velha aumentará nas próximas décadas.

Embora a ciência e a tecnologia tenham avançado significativamente na busca pela longevidade, ainda não se sabe até que ponto podemos prolongar a vida humana. Embora alguns especialistas acreditem que a idade máxima seja em torno de 120 anos, outros acham que é possível ultrapassar esse limite por meio de pesquisa e tecnologia. À medida que a ciência avança, podemos aprender mais sobre como viver mais e melhor, mas também devemos considerar os desafios e as questões éticas levantadas por esse tópico.