Temporal causa transtornos na região metropolitana de Belo Horizonte

A noite da última sexta-feira (3) foi marcada por um forte temporal na região de Belo Horizonte. Diversos pontos de alagamentos foram reportados na cidade. Houve ainda queda de árvores e postes na região da Pampulha. Apesar dos inconvenientes, não houve vítimas.

Alagamentos em Belo Horizonte
Avenida Vilarinho tomada por lama após a chuva de sexta-feira à noite. Fonte: G1

Desde a virada de ano, a configuração atmosférica de grande escala está favorecendo a ocorrência de trovoadas acompanhadas por chuvas fortes na Região Sudeste do Brasil. Estas chuvas estão associadas ao desenvolvimento de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) desorganizada.

Na noite da última sexta-feira (3), um temporal atingiu Belo Horizonte provocando muitos impactos na capital mineira. A chuva forte obrigou a Defesa Civil a fechar a Avenida Vilarinho que dá acesso ao norte da cidade. A medida preventiva se deu pelo risco de transbordamento do córrego desta avenida. Cerca das 21h30, a avenida já estava inundada. Além da Vilarinho, outras avenidas também registraram alagamentos, como é o caso da Padre Pinto na região de Venda Nova e a Professor Clóvis Salgado, próximo da Pampulha. No bairro Ipanema, a correnteza tomou as ruas da Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, deixando carros ilhados.

Embora não houve vítimas, um dos casos mais dramáticos se deu na Rua Doutor Álvaro Camargos, no bairro Santa Branca, quando pai e filho ficaram ilhados no teto do carro preso a um poste em meio a correnteza. Felizmente, os dois foram resgatados sem ferimentos. A chuva e os ventos fortes ainda derrubaram postes e árvores na região da Pampulha. Na manhã de ontem (4), foi possível ver estragos deixados pela chuva forte. Diversos trechos de Belo Horizonte amanheceram alagados. Equipes de limpeza, da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Empresa de Transporte e Trânsito (BHTrans) trabalharam para minimizar os impactos da chuva da sexta à noite.

Os maiores acumulados de precipitação (da manhã de sexta até a manhã do sábado) estão exatamente nas regiões que tiveram problemas com inundações e alagamentos. Venda Nova teve 88,6 mm, ficando atrás apenas da estação da Pampulha que registrou 9,6 mm.

Previsão para os próximos dias

Perturbações de médios níveis manterão os ventos quentes e úmidos da Amazônia em direção ao Sudeste do Brasil, alimentando às trovoadas de verão pelo menos até a próxima terça-feira na região de BH, onde ainda existe o risco de chuva forte.

No entanto, uma mudança no padrão de nível superior posicionará um sistema de alta pressão sobre o centro-leste do país e o fluxo úmido de norte em direção aos Pampas. Contudo, a função deste anticiclone não será impedir completamente a convecção em Minas Gerais, mas dificultá-la. Em outras palavras, significa que as chuvas podem ser mais isoladas, mas localmente podem vir fortes.

De acordo com o modelo numérico GFS, a primeira quinzena de janeiro pode fechar com acumulados de chuvas próximos de 300 mm na região de Belo Horizonte.