Tempestade Tropical Amanda deixa mortos na América Central

No início dessa semana, a primeira tempestade tropical nomeada do ano no Pacífico Leste, a Tempestade Tropical Amanda, atingiu a Guatemala e El Salvador com muitas chuvas, deixando pelo menos 15 mortos.

Tempestade Tropical Amanda
Imagem de satélite da Tempestade Tropical Amanda no dia 31 de maio de 2020, quando atingia a Guatemala e El Salvador. Imagem: NOAA / GOES-16, RAMMB / CIRA.

A primeira tempestade tropical da temporada de furacões do Pacífico Leste de 2020, denominada de Amanda, se formou e atingiu partes da América Central nesse domingo (31), gerando grandes acumulados de chuvas e inundações.

No início da semana passada uma baixa tropical havia se formado a aproximadamente 400 km do sudoeste da Guatemala, no oceano Pacífico Leste. O sistema se desenvolveu lentamente até o sábado (30), quando passou a ser uma depressão tropical. A partir daí o sistema se intensificou rapidamente, passando para a categoria de tempestade tropical e sendo nomeado como Amanda, pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, com ventos de 65 km/h.

Apenas 3 horas após sua nomeação como tempestade tropical, na manhã de domingo, Amanda tocou o continente no sul da Guatemala, com chuvas torrenciais que geraram inundações e deslizamentos de terra. Assim que se deparou com o terreno montanhoso da Guatemala, Amanda enfraqueceu rapidamente e se dissipou, porém a convecção remanescente associada ao sistema continuou a se propagar pelo continente, chegando a El Salvador.

Pelo menos 15 pessoas morreram em El Salvador devido as inundações e enchentes causadas pela convecção deixada pela tempestade Amanda. Diversas casas foram destruídas e pelo menos 40 mil pessoas foram evacuadas devido aos transbordamentos de rios.

De acordo com o meteorologista sênior da AccuWeather, Randy Adkins, acumulados de chuva de mais de 300 mm caíram na Guatemala e El Salvador. O Centro Nacional de Furacões alerta que os resquícios da tempestade Amanda ainda poderão gerar chuvas de 250 a 400 mm em El Salvador, Guatemala, Honduras e nos estados mexicanos de Tabasco e Veracruz até o meio dessa semana. Nicarágua, Belize e outros estados mexicanos poderão receber de 100 a 250 mm de chuva.

A tempestade tropical Amanda é a primeira tempestade nomeada da temporada, mas não é o primeiro sistema tropical do ano. No dia 25 de abril uma depressão tropical se desenvolveu no Pacífico Leste, bem antes da data oficial de início da temporada dessa região, o dia 15 de maio, o que fez desse sistema a formação mais precoce na bacia do Pacífico Leste desde o início dos registros em 1966. Esse sistema se formou bem longe da costa oeste do México e não trouxe nenhum impacto ao continente.

Um novo sistema tropical poderá emergir no Golfo do México

A tempestade tropical Amanda se formou dentro de um sistema atmosférico que os meteorologistas chamam de giro da América Central ou giro atmosférico tropical. O giro tropical é uma extensa área de distúrbios tropicais que gira lentamente (no sentido anti-horário, no Hemisfério Norte), podendo ter até 1500 km de diâmetro. Quando esses giros se formam na América Central, devido a seu movimento lento e a proximidade do oceano, podem produzir chuvas volumosas e grandes inundações, além de favorecer o desenvolvimento de sistemas tropicais tanto no Pacífico quanto no Atlântico.

Mesmo com a tempestade Amanda já dissipada, seus remanescentes deverão atravessar o continente ao longo da semana, ainda gerando muitas chuvas por onde passar, até chegar a Baía de Campeche, no Golfo do México, Oceano Atlântico.

Esse sistema, ainda envolvido no giro da América Central e sobre as águas quentes do Atlântico, provavelmente evoluirá para uma depressão tropical ou tempestade tropical até o meio da semana. Se evoluir para tempestade tropical, mesmo se originando a partir dos remanescentes da tempestade Amanda, o sistema receberá um novo nome, Tempestade Tropical Cristobal.