Símbolo da Amazônia, o boto-cor-de-rosa corre risco real de desaparecer; entenda o porquê
O boto-cor-de-rosa, um dos animais-símbolos da região amazônica, enfrenta várias ameaças em seu hábitat, que o colocaram em risco sério de extinção. Entenda que ameaças são essas e qual a consequência disso.

O boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis), também chamado de boto-da-Amazônia ou boto-vermelho, é o maior golfinho de água doce do mundo, encontrado nos rios da bacia amazônica, na América do Sul. Ele chega a ter 2,5 metros de comprimento e pesar 200 kg.
Mas o boto também tem um importante papel para manter o equilíbrio do ecossistema. Como predador, ele ajuda no controle populacional de peixes e outros animais aquáticos e também é presa para espécies como onças e jacarés. Além disso, ajuda na dispersão de sementes de plantas aquáticas, o que é importante para a reprodução de espécies vegetais.
E a má notícia é que a espécie está em risco extremamente alto de extinção, o que deixa uma situação bem preocupante, já que seu declínio afeta todo o ambiente aquático. Entenda abaixo quais são as ameaças à sobrevivência do boto cor-de-rosa.
O boto-cor-de-rosa enfrenta ameaças em seu hábitat
Entre as principais ameaças ao boto-cor-de-rosa, a de maior preocupação é a degradação ambiental. O aumento das taxas de desmatamento e ocupação humana ao longo das margens dos rios são fatores que afetam diretamente essa espécie.
“O desmatamento das margens dos rios compromete os cursos d’água e afeta diretamente a espécie. Além disso, as hidrelétricas dificultam o deslocamento dos animais e prejudicam o compartilhamento genético entre populações”, explica o biólogo Marcelo Derzi Vidal, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Mas não é só isso. Outro fator que está contribuindo para o risco de extinção é a caça. Em algumas regiões do Amazonas, sobretudo ao longo do Rio Solimões, botos ainda são mortos para serem usados como isca na pesca do peixe piracatinga (Calophysus macropterus), peixe apelidado de “urubu d’água” por se alimentar dos restos de outros animais. E embora exista legislação estadual, a fiscalização ainda é falha.
Outras ameaças incluem morte acidental em redes de pesca, pesca predatória e até contaminação por mercúrio. Essa contaminação é causada por atividades como mineração e agricultura, que poluem os rios onde os animais vivem.

Além disso, a fragmentação de rios pela construção de barragens hidrelétricas é crítica, já que isso altera significativamente o ambiente fluvial onde os botos prosperam; e ainda as secas dos últimos anos na região Amazônica têm ameaçado a sobrevivência dessa espécie.
Projetos de monitoramento populacional, estudos ecológicos e medidas de proteção estão em andamento, mas ainda demandam mais apoio. Os moradores podem contribuir denunciando a caça, evitando o uso de botos como isca e apoiando práticas de ecoturismo responsável.
Referências da notícia
Entenda por que o boto-cor-de-rosa corre risco de desaparecer. 31 de agosto, 2025. Ravenna Alves.
Que animal é o boto-cor-de-rosa? Veja 4 fatos sobre essa espécie típica da Amazônia. 02 de setembro, 2024. Redação National Geographic Brasil.
Boto-cor-de-rosa: a lenda do animal que “se transforma em humano” e outras curiosidades. 31 de julho, 2023. Redação National Geographic Brasil.