Queda na safra 2023/24: 4ª previsão da Conab indica produção de 306,4 milhões de toneladas de grãos no Brasil

Levantamento da Conab aponta mais uma redução na safra 2023/24 em comparativo com a safra de 2022. A estimativa brasileira é de 306,4 milhões de toneladas de grãos.

milho
Produção de milho deve cair no Brasil e Conab já prevê queda na primeira e na segunda safra do cereal.

As condições climáticas são indiscutivelmente cruciais para o sucesso ou fracasso de uma safra inteira, há produtores que mencionam a importância do clima que chega a representar 50% ou mais na produção agrícola. Em anos com efeitos climáticos mais pronunciados, o impacto pode ser maior, mas isso tem se tornado o novo normal e o que resta aos produtores é tentar sobreviver às perdas que podem ser amenizadas em cima de um acompanhamento correto e com profissionais capacitados.

A safra 2023/24 está sendo realizada sob efeito do fenômeno El Niño que vem oscilando bastante em sua intensidade nos últimos meses e até semanas, existem até mesmo projeções de que uma fase neutra se instale ainda no trimestre abril, maio, julho deste ano, mas quando as anomalias de TSM do Pacífico Equatorial estiverem menores já pode ser tarde demais para a produção agrícola brasileira.

4ª Levantamento da CONAB aponta uma produção de 306,4 milhões de toneladas de grãos no Brasil. A Safra 2023/24 pode ser 4,2% menor que a safra 2022/23.

Por questões adversas do clima, a safra 2023/24 pode registrar queda de 4,2% na produção comparada à safra anterior, são cerca de 13,5 milhões de toneladas a menos na safra de grãos que leva em consideração principalmente as grandes commodities: soja, milho, algodão, arroz, feijão e trigo.

Conab prevê queda de produção no Brasil

Os números estimados da safra verão 2023/24 foram publicados no 4° Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última quarta-feira (10). São esperadas 306,37 milhões de toneladas de grãos, uma queda que ficou mais expressiva comparada ao mês de dezembro em que a expectativa de queda era de apenas 1,9% e agora subiu para 4,2% com relação à safra anterior no Brasil.

soja
Situação hídrica atual está sendo considerada favorável ao desenvolvimento da soja nas áreas produtoras do país, mas perdas já estão sendo contabilizadas. Imagem: CONAB

Segundo dados da própria companhia, o motivo da queda significativa na safra 2023/24 se dá pela falta de chuva que ocorreu de maneira irregular e mal distribuída, e também pelas altas temperaturas, principalmente na região Centro-Oeste, uma das maiores produtoras de soja e milho do país. Por outro lado, também houve excesso de umidade com chuvas volumosas no Sul, o que gerou atrasos no plantio da safra e impactos negativos durante o desenvolvimento, o que diminuiu o potencial produtivo.

Falando de área semeada no Brasil, o levantamento apontou um pequeno aumento com relação à safra 2022/23. Foram semeados 78,78 milhões de hectares no Brasil na safra atual, um aumento singelo de 0,3%, ou seja, mesmo com uma área maior, o resultado será inferior ao esperado. Mesmo com tentativas de amenizar os efeitos do El Niño como a redução do período de vazio sanitário e prolongação do período de semeadura, os produtores continuam registrando perdas e prejuízos.

A atual safra tem a característica de ser uma das mais complexas para a estimativa de área, produtividade e produção nos últimos tempos.

Ainda em sua fala, Aroldo, Antônio de Oliveira Neto, superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, completa que as dificuldades podem ser resumidas nos problemas climáticos, que causam incertezas e prejudicam a tomada de decisão pelos produtores.

Levantamento de produção das culturas

A soja é hoje a principal cultura brasileira, a qual deve representar uma produção de 155,27 milhões de toneladas, o que gera uma quebra de 4,2% comparada às primeiras projeções que apostavam em uma colheita de 162 milhões de toneladas. Porém, mesmo com essa pequena queda, a projeção é de um pequeno aumento de 0,4% com relação à safra anterior.

soja
Área semeada de soja diminui no Brasil e Conab já levanta as quedas na produção comparada à safra 2022/23.

As condições climáticas que foram ruins não só geraram atrasos no plantio e impactos no desenvolvimento vegetativo, como também obrigaram produtores rurais migrarem para outras culturas, o que gerou uma diminuição na área semeada de soja.

O milho vem como segunda maior commodity brasileira e tem atualmente uma produção estimada em 117,6 milhões de toneladas, uma redução de quase 11% com relação ao ciclo anterior. A primeira safra de milho, que representa cerca de 20,7% da produção total brasileira, vem enfrentando excesso de chuvas no Sul e seca aliada ao calor extremo no Centro-Oeste. Para a primeira safra estão estimadas 24,38 milhões de toneladas e para a segunda safra do cereal, cerca de 91,24 milhões de toneladas.

Com relação à safra de algodão, estima-se um aumento de 6,2% da área cultivada com relação à safra anterior de 2022/23. A semeadura brasileira chegou a 32% segundo dados da Conab que também informou que a área estimada de 1,77 milhão de hectares pode variar, isso porque parte dessa área deveria ser destinada ao relantio da soja em Mato Grosso, mas será usada agora para o plantio da fibra. Falando de colheita, são esperadas 3,1 milhões de toneladas, uma queda de 2,3% comparada ao ano anterior.

Referência da notícia:
O Povo – 4ª previsão para safra 2023/24 da Conab indica produção de 306,4 milhões/t