Prestes a explodir? Supervulcão nos EUA possui mais magma que os demais!

Yellowstone é um dos maiores supervulcões do planeta, e geólogos detectaram mais magma do que o esperado. Isso significa que uma erupção se tornou mais provável?

Yellowstone nos EUA
O vulcão do Parque Nacional de Yellowstone, é um dos maiores campos vulcânicos silícicos continentais ativos no mundo.

O supervulcão mais conhecido da atualidade é o de Yellowstone, localizado nos Estados Unidos, nos estados de Wyoming, Montana e Idaho. Sua forma não obedece ao padrão de um vulcão qualquer, com uma formação montanhosa em forma de cone.

O vulcão de Yellowstone no noroeste de Wyoming não é apenas um dos lugares mais fascinantes da Terra, é potencialmente um dos mais voláteis, graças ao reservatório de magma contido nele.

Novos estudos de pesquisadores internacionais, publicada na revista Science, determinaram que na verdade há mais magma sob o vulcão do que se pensava anteriormente. Dessa maneira, detalhes importantes foram acrescentados aos modelos que podem ser usados para ajustar nossas estimativas sobre a próxima erupção.

Liderado pelo geólogo Ross Maguire, da Universidade de Illinois, a pesquisa procurou determinar quanto magma o supervulcão continha e como era a sua distribuição. Em particular, eles queriam identificar o derretimento, que é frequentemente usado para prever erupções por meio da comparação das condições atuais, com aquelas que precederam erupções anteriores.

O Yellowstone e sua quantidade em dobro de magma

Embora os resultados indiquem que o reservatório de magma contem derretimento substancial em profundidades, que alimentaram erupções anteriores, o estudo não confirma a presença de um corpo em erupção ou implica uma erupção futura.

Explorar o subsolo não é uma missão tão fácil, mas os pesquisadores utilizaram a técnica de imagem tomográfica, recém-desenvolvida, para analisar as gravações sísmicas feitas entre 2000 e 2018.

A partir disso, foi aplicado o processo de inversão completa da forma da onda para interpretar melhor as vibrações refletidas. Assim, com base no comportamento da velocidade das ondas medidas e sua variação em diferentes profundidades, os autores estimaram que o reservatório de magma mole sob o Yellowstone, tem uma fração parcial entre 16& e 20% em comparação com modelos anteriores que estimam 10% ou menos.

Vulcão de Yellowstone
Os pesquisadores inseriram os dados em um modelo de computador, e observaram 1.600 quilômetros cúbicos de magma, quase o dobro da estimativa anterior, de cerca de 900 quilômetros cúbicos.

As velocidades mais lentas detectadas neste novo estudo foram de 3 a 8 quilômetros (aproximadamente 2 a 5 milhas) abaixo da superfície, sugerindo que o líquido derretido está mais concentrado nessas profundidades rasas.

A fração de derretimento que estimamos é substancialmente menor do que seria esperado se uma grande fração do reservatório de Yellowstone estivesse no estágio de erupção de seu ciclo de vida, afirma Maguire, autor principal do artigo.

Estimativas anteriores sugerem que algo entre 35 e 50 por cento derretimento é necessário para desencadear uma erupção, embora haja toda uma série de fatores em jogo que tornam estes eventos difíceis de prever.

A recém-detalhada zona rica em derretimento é um "indicador importante" de onde Yellowstone está em seu ciclo eruptivo, dizem os pesquisadores, mas é apenas uma parte da imagem. Os modelos de previsão estão sendo constantemente refinados à medida que novos dados chegam e novas erupções acontecem.

A área está sob observação constante pelo United States Geological Survey (USGS) e pelo Observatório do Vulcão Yellowstone, o que deve significar que outros sinais de alerta são detectados com bastante antecedência.

Os eventos de tensão, como novas intrusões de magma ou deformação tectônica que poderiam começar a mobilizar e concentrar o magma, provavelmente seriam acompanhados por uma serie de processos dinâmicos evidentes no monitoramento geofísico e geoquímico continuo. Este estudo foi publicado na Science

Mais de 500 terremotos em um único mês!

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, os tremores ocorreram perto do Lago Grizzly, na região noroeste do parque, entre as areas de Norris e Mamute, como parte de um “enxame” de terremotos que começou em julho. Desde então, houve cerca de 800 abalos sísmicos ao todo.

Em setembro deste ano, 510 terremotos castigaram uma única região do Parque Nacional de Yellowstone, um numero que representa quase o dobro da média.

Todos os episódios registrados em setembro foram pequenos. Em todo o parque, o maior foi um terremoto de magnitude 3.9. Um abalo de tal magnitude pode ser sentido, mas raramente causa mais do que pequenos danos a estruturas ou objetos.

Especialistas afirmam que o parque é uma das áreas mais sismicamente ativas do país, conhecida não somente pelas centenas de pequenos terremotos, mas também por seus gêiseres geotérmicos e fontes termais.

Tudo isso se deve ao fato de que o parque fica no topo de uma extensa rede de falhas tectônicas, e esse movimento pode liberar enormes quantidades de energia, causando terremotos.

Dessa forma, Yellowstone tende a experimentar terremotos sequenciais devido ao movimento de fluidos vulcânicos ao longo das fraturas em rochas subterrâneas. Embora o numero recente de terremotos tenha sido maior do que a média, o que variava entre 150 e 200 por mês, isso não é algo incomum.