Pior onda de calor da história faz termômetros chegarem a quase 40°C na Sibéria

Diversas partes da Ásia tem sofrido com uma intensa onda de calor que tem feito novos recordes de temperatura em diversas cidades, reescrevendo a climatologia dessas regiões! Mas não é só a Ásia, o Canadá também sofre com as temperaturas altas.

onda de calor SIbéria
Diversas regiões do Hemisfério Norte têm registrado recordes de temperaturas máximas antes mesmo do verão boreal.

O verão mal começou no Hemisfério Norte e ondas de calor extremas já tem afligido países da América do Norte, Europa e Ásia. Na Ásia, as temperaturas têm batido todos os recordes, com cidades registrando a maior temperatura na história dos registros, inclusive nas regiões mais frias do planeta!

Esse é o caso da Sibéria, onde uma onda de calor muito forte e incomum tem feito com que os termômetros ultrapassem temperaturas de 37°C, valores muito altos para essa parte do planeta! Desde o último sábado, a Sibéria tem registrado recorde atrás de recorde de temperatura, começando com os 37.9°C registrados no sábado passado em Jalturovosk, sendo o seu dia mais quente da história.

Essa onda de calor que tem afligido partes da Ásia está sendo considerada “uma a cada 200 anos"!

Na quarta-feira (7) mais recordes de calor foram quebrados: em Baevo, onde a temperatura chegou a impressionantes 39.6°C, e em Barnaul, que registrou 38.5°C. Essas temperaturas são mais de 10°C, e em alguns lugares mais de 20°C, acima da média esperada nessa época, conforme podemos observar no mapa de anomalias de temperatura desta sexta-feira (9).

Mapa de anomalia de temperatura da última sexta-feira (09) mostram anomalias superiores a 10°C sobre grande parte da Rússia, incluindo a Sibéria.

Segundo Maximiliano Herrera, climatologista entrevistado pela CNN, algumas dessas estações que registraram recordes de temperatura possuem cinco a sete décadas de registros. Portanto, não é exagero dizermos que esta é a pior onda de calor enfrentada pela Sibéria em décadas!

Mas não foi só na Sibéria! Também nesta semana, mais precisamente na quarta-feira (7), temperaturas de mais de 45°C foram registradas na China, com cidades no noroeste do país chegando a 47°C! No Uzbequistão foram registrados 43°C e no Cazaquistão 41°C.

Em maio, recordes de temperaturas foram batidos no Vietnã e Tailândia, que registraram temperaturas de 44° e 45°C respectivamente, as temperaturas mais altas de todos os tempos para os dois países. O recorde anterior do Vietnã era de 43.4°C, registrado em 2019.

Também em maio, os termômetros chegaram a 43.8°C em Mianmar , a temperatura mais alta em uma década. Assim como em Laos, onde os termômetros registraram 43.5°C. Temperaturas semelhantes continuaram a ser registradas nesses países no início de junho.

Além do calor, muitas dessas regiões da Ásia também registraram altos níveis de poluição que agravaram o quadro de saúde da população fazendo com que muitos buscassem as unidades de saúde, tanto pelo calor quanto pela poluição exacerbada.

Vários cientistas climáticos afirmam que essa onda de calor que atinge a Ásia é um evento que ocorre uma vez a cada 200 anos e que teria sido “virtualmente impossível” sem as mudanças climáticas causadas pelas atividades humanas desde a revolução industrial.

Não é só a Ásia que sofre com o calor!

Essas ondas de calor precoces têm ocorrido em outros países do Hemisfério Norte. Um dos mais atingidos é o Canadá, onde as altas temperaturas têm provocado enormes incêndios florestais e a fumaça resultante tem percorrido centenas de quilômetros e prejudicando a qualidade do ar em cidades dos Estados Unidos. Toda essa poluição dos incêndios deixaram cidades no nordeste dos Estados Unidos com aspecto marciano, como foi o caso de Nova York.

Temperaturas próximas a 40°C foram registradas em diversas cidades canadenses na última quinta-feira (08), como na cidade de Lytton, onde os termômetros marcaram 38.5°C. Agora a preocupação é que essas ondas de calor, tanto na América do Norte quanto na Ásia, sejam agravadas e ainda mais frequentes com a chegada do El Niño, que costuma elevar as temperaturas em diversas partes do mundo.