Pi, o número mágico e onipresente

Como todo 14 de março, hoje é o Dia do número Pi (14/3 ou 14 de março na notação da data nos Estados Unidos) com atividades de divulgação da matemática pelo mundo. Essa data foi proposta por iniciativa do físico Larry Shaw em 1988, e essa comemoração já ganhou fama mundial.

Pi, como aprendemos na escola, é definido como a razão entre o comprimento de um círculo e seu diâmetro. Ou seja, se dividirmos a circunferência de qualquer círculo pelo seu diâmetro, o resultado é o famoso "3,14", conhecido como 'π' em sua notação científica.

Pi é um número irracional, o que significa que não é um número exato ou periódico, pois possui um número infinito de casas decimais e essas casas decimais não se repetem. O seu nome é o mesmo da letra grega 'π', inicial das palavras 'periferia' e 'perímetro', e embora esse nome lhe tenha sido atribuído apenas no século XVII, já no século III a.C. o físico grego Arquimedes conseguiu determinar o valor de Pi com um erro de aproximação incrivelmente pequeno (0,040% do valor real).

Ao longo da história, filósofos, matemáticos e cientistas continuaram a procurar seu valor exato até que, no século II, Ptolomeu melhorou a aproximação arquimediana e estabeleceu o valor de 3,14166 para Pi, usando um polígono de 120 lados. E no final do século V, o matemático chinês Zu Chongzhi estabeleceu seu valor em 3,1415927. Este número permaneceu inalterado por dez séculos.

Hoje, quase 2.400 anos depois do primeiro 3,14, os avanços tecnológicos nos permitem calcular o Pi com mais de 60 trilhões de casas decimais... não configura nenhum padrão e que continua “ao infinito e além”, como diria Buzz Lightyear.

A seguir, compartilhamos algumas curiosidades do Pi.

Pi não é um número

Em sentido estrito, Pi não é um número, mas uma constante que representa a relação entre o comprimento da circunferência e seu diâmetro. E essa proporção é constante, não importa quão grande ou pequena seja a circunferência.

Pi é o número mais conhecido do planeta

Pi é o número mais conhecido e estudado em matemática em todo o mundo. E é uma das constantes matemáticas mais comuns nas equações da física.

Precisamos de muito papel para escrever Pi

Se fôssemos escrever em linha reta apenas as primeiras 200.000 milhões de casas decimais de Pi com números pequenos (cinco dígitos por centímetro linear de papel), precisaríamos de uma tira de papel cujo comprimento fosse a circunferência da Terra.

Memória Pi

O recorde mundial de recitação de dígitos do número Pi de memória (sim, esse recorde existe) é do indiano Suresh Kumar Sharma: ele conseguiu recitar 70.030 dígitos do Pi por 17 horas e 14 minutos sem cometer um único erro, em 21 de outubro de 2015.

Pi no celular

Para comunicar seu telefone com a torre de celular local, seu celular faz uma série de cálculos (transformada de Fourier) nos quais usa Pi para quebrar o sinal de celular em suas frequências. O mesmo acontece com nosso ouvido ao reconhecer uma voz familiar… que também é usada pelo assistente de voz do Google ou da Apple, com o qual Siri e Hey Google são possíveis graças ao Pi.

Pi em Marte

A NASA usa Pi para calcular o tamanho de um pára-quedas para enviar um objeto para a superfície marciana. Também o usa para fazer uma espaçonave frear corretamente ao entrar em órbita ao redor de um planeta.

Pi na música

Michael Blake é um músico que tornou possível ouvir esse número mágico. Para isso, atribuiu notas aos seus primeiros 31 dígitos, criando uma melodia um tanto chata no piano... mas com a adição de outros instrumentos acaba soando assim...

Pi no GPS

Para obter a precisão necessária para uma navegação segura, o GPS tira 16 dígitos do Pi (3,1415926535897932)

Pi nos relógios de pêndulo

A fórmula para o tempo que um pêndulo leva para balançar de um lado para o outro é baseada em Pi.