O buraco de ozônio recorde de 2020 se fechou!

O buraco que se abriu na camada de ozônio sobre a Antártica em 2020 se fechou no final do mês passado! Esse foi o maior, mais profundo e duradouro a ser observado desde o início dos registros, há 40 anos!

buraco camada de ozônio
Todo o ano surge um buraco na camada de ozônio sobre a Antártica. Porém, o de 2020 quebrou recordes, sendo um dos maiores a serem registrados!

Em 2020 o buraco na camada de ozônio sobre a Antártica atingiu novos recordes. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a excepcional evolução do buraco de ozônio do ano passado ocorreu devido à combinação de condições meteorológicas e a presença de substâncias (como os chamados CFCs) que destroem o ozônio na estratosfera.

O buraco da camada de ozônio sobre a Antártica de 2020 foi um dos maiores, mais profundos e duradouros desde o início dos registros, há 40 anos.

O buraco cresceu rapidamente a partir do meio de agosto, atingindo seu máximo no dia 20 de setembro, com uma área de 24.8 milhões de km², se expandindo sobre quase todo continente antártico, e só se fechou completamente no dia 28 de dezembro, de acordo com observações do Serviço de Monitoramento Atmosférico da Copernicus, bem mais tarde que o normal.

Além de ser um dos maiores e mais duradouros desde o início do monitoramento, o buraco de 2020 também foi o mais profundo. Mas o que isso quer dizer? Primeiramente devemos recordar que a expressão “buraco na camada de ozônio” não se refere, literalmente, a um buraco na atmosfera onde nenhum ozônio está presente, mas sim a uma região onde há uma forte diminuição das concentrações de ozônio, na camada da atmosfera situada entre 10 e 50 km de altitude (estratosfera).

Entenda mais sobre a importância do ozônio estratosférico em: As duas faces do ozônio

Seu monitoramento é feito por satélites que medem diariamente a concentração de ozônio em unidades Dobson! A unidade Dobson (em homenagem ao meteorologista G. M. B. Dobson) mede a espessura que teria uma coluna composta somente de ozônio na atmosfera (100 unidades Dobson correspondem a 1 mm de espessura). Com o início do processo de destruição do ozônio estratosférico no início da primavera, há uma drástica diminuição da coluna de ozônio. Quando valores abaixo de 220 unidades Dobson são registrados, consideramos que surgiu um “buraco” na camada de ozônio.

Portanto, quando falamos que o buraco na camada desse ano foi mais profundo, quer dizer que foram registrados valores muito baixos de concentração de ozônio. Durante grande parte de sua existência em 2020, as concentrações e ozônio sobre a Antártica ficaram tão baixas quanto 94 unidades Dobson, ou aproximadamente um terço de seu valor normal.

Quais fatores contribuíram para esses recordes?

Para haver a destruição do ozônio estratosférico certas condições meteorológicas específicas são necessárias, além da presença de substâncias destrutivas. No caso do buraco recorde de 2020 sua formação e manutenção foram impulsionadas por um forte e estável vórtice polar e temperaturas muito frias na estratosfera. Coincidentemente, condições meteorológicas similares no Hemisfério Norte também contribuíram para a formação de um buraco de ozônio recorde sobre o Ártico, maior que a Groenlândia, em março de 2020!

Curiosamente, em 2019 condições meteorológicas opostas a essas, ou seja, um vórtice polar enfraquecido e um aquecimento anômalo na estratosfera acarretaram na formação do menor buraco de ozônio em décadas! Portanto esses últimos dois anos evidenciam a grande variabilidade desse fenômeno e como eles estão atrelados a variabilidades atmosféricas.

De qualquer forma, é necessário manter os esforços já estabelecidos pelo Protocolo de Montreal para diminuirmos a emissão de substancias destruidoras do ozônio estratosférico, a fim de minimizar seus efeitos de agravamento, mantendo apenas a variabilidade natural do fenômeno e preservar ao máximo a vida no nosso planeta!