Julho: pouca chuva e calor fora do normal resultam em preocupações

Quando pensamos no inverno, é comum vir à mente um tempo seco e frio, não é mesmo? Bom, isso seria o comum dentro da climatologia em grande parte do Brasil. Porém, o cenário real tem sido bem diferente não só durante este mês de julho, como nos meses anteriores. É o que veremos agora!

O mês de julho ainda não acabou, mas a balança já está nitidamente desequilibrada quanto ao clima. Chuva de menos, calor demais, a conta não fecha em boa parte dos estados brasileiros. A primeira metade do mês foi marcada pela presença de um bloqueio atmosférico, fenômeno que impede o avanço de instabilidade do Sul para o Sudeste e Centro-Oeste.

Com a massa de ar seco instalada sobre o Brasil Central, um calor fora do normal, conhecido por muitos como veranico, chamou a atenção de muitos brasileiros que não estão acostumados com as altas temperaturas em pleno inverno.

Julho seco e quente

Segundo dados coletados e processados por um conjunto de órgãos responsáveis como CPTEC/INPE, INMET, Funceme, Simepar e outros mais, uma anomalia de precipitação foi gerada até o último dia 18 de julho.

O mapa tuitado acima mostra que a chuva tem ficado abaixo da climatologia em boa parte do país (áreas em amarelo), especialmente entre o norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e parte de São Paulo, Acre, Amazonas, noroeste do Pará e leste da Bahia. Por outro lado, áreas isoladas registraram até boas chuvas, superando a média para o período, é o caso do centro-sul gaúcho devido a formação frequente de sistemas frontais.

O leste nordestino também vem sendo marcado e até “castigado” por chuva em excesso para tal época do ano, onde casos de destruição, muito transtorno e até mortes foram relatadas nas últimas semanas.

O calor acima do normal provoca preocupações com a saúde devido aos baixos índices de umidade relativa do ar no horário de pico da temperatura máxima. A temperatura mínima tem registrado anomalias de até 5°C acima do normal, enquanto que a temperatura máxima tem apresentados desvios entre 2 e 5°C em boa parte do país.

Queimadas seguem aumentando

Além da preocupação com os efeitos do calor fora do normal na saúde, outra grande preocupação é o aumento no número de queimadas devido à falta de chuva e as altas temperaturas. Mato Grosso é o número um no ranking nacional com 7.666 focos registrados desde o início do ano até o momento, sendo 826 focos apenas em julho, segundo dados do Bando de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Um número assustador chama a atenção no estado do Maranhão, que se encontra em terceiro lugar no ranking com 2.901 focos, bem menos que o estado mato-grossense, porém, pouco menos da metade deste número foi registrado apenas neste mês (1.143). Além do mais, o estado maranhense já apresenta um aumento de 11% com relação ao mesmo período do ano passado.

O que esperar daqui pra frente?

A segunda metade do mês de julho está apenas começando, mas será que alguma coisa deve mudar na distribuição e frequência da chuva? Será que o calor fora do normal ainda vai continuar no Brasil Central? É o que veremos agora.

Para esses próximos dias, a previsão é da formação de uma nova frente fria no Sul do Brasil. O novo sistema deve se formar na quinta-feira (21) provocando pancadas de chuva com potencial para temporais no Rio Grande do Sul até o final de semana, mas vale ressaltar que o sistema não deve avançar para outros estados e logo se desfaz.

Enquanto isso, mais uma área de baixa pressão atmosférica vai se formando no interior do continente e deve dar origem a uma nova frente fria até meados da próxima semana. Ao que tudo indica, é este sistema que avançará e levará chuva a partir de quinta-feira (28) também para Santa Catarina e Paraná.

Quanto às temperaturas, ainda fará muito calor no decorrer dos próximos dias, principalmente no Sudeste, Centro-Oeste e metade norte brasileira, com temperaturas máximas ultrapassando a casa dos 30°C, ou seja, ar seco de novo!