Incrível: criam robô que transpira para ajudar a entender os impactos do calor extremo em humanos

Pesquisadores da Universidade do Arizona desenvolveram um robô térmico que é capaz de suar, respirar e caminhar… tudo para ajudar a descobrir os impactos do calor extremo no corpo humano.

robô Andi
Robô térmico Andi capaz de suar vai ajudar a descobrir os impactos do calor extremo no corpo humano. Crédito: Megan Mendoza/The Republic.

A tecnologia segue evoluindo e se aperfeiçoando com o passar do tempo, e no universo da robótica isso não é diferente. Agora, a crescente preocupação da sociedade com o aquecimento global, bem como com as ondas de calor que vem ocorrendo, a tecnologia foi novamente usada para ajudar em questões envolvendo o clima.

Pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona desenvolveram o Andi, um robô térmico capaz de suar, respirar e andar, que vai ajudar os cientistas a entender o impacto do calor extremo no corpo humano. A ideia é que essa invenção ajude a especificar sob quais condições em um clima quente pessoas de diferentes biotipos podem vir a óbito.

Como funciona o robô

Manequins semelhantes estão em uso em vários lugares e com diferentes finalidades, mas este é o primeiro com um sistema de resfriamento interno que permite que o robô seja usado ao ar livre e não apenas em um laboratório controlado. O robô possui sensores de temperatura, de fluxo de calor e poros, que imitam as funções térmicas do corpo humano, como geração de calor, suor e tremores.

Ele possui uma rede de sensores que detecta calor, e quando exposto ao Sol isso faz com que ele transpire em quantidades que representam um certo tipo de corpo humano ou idade. Nem todas as pessoas suam da mesma forma – pessoas mais idosas suam menos, por exemplo - então o dispositivo pode ser programado para determinar quanto seria necessário para levar pessoas diferentes ao ponto de insolação e morte. Andi também respira para simular como as trocas de ar quente e umidade afetam o corpo humano.

robô Andi, sensores
Os sensores de temperatura e fluxo de calor do robô Andi podem ser controlados individualmente. Crédito: Christopher Goulet/Arizona State University.

Além de detectar o calor recebido, Andi também gera seu próprio calor com base em seus movimentos e nas funções modeladas dos órgãos humanos. Uma haste de metal suspende o robô em um carrinho de quatro rodas, e cabos presos em seus ‘pés’ e ‘cotovelos’ o movem como uma marionete enquanto ele anda pelo campus da Universidade. O movimento envia dados para um centro nervoso computadorizado, que determina quanto calor interno o treino simulado geraria.

Simulando os efeitos de temperaturas extremas no corpo humano

A ideia principal dessa invenção é testar como diferentes tipos de corpos humanos respondem ao calor extremo do mundo real. Mas eles também pretendem atualizar as recomendações de segurança, já que as diretrizes atuais para exposição ao calor se baseiam em dados muito antigos e se aplicam a pessoas jovens e saudáveis que se exercitam em um ambiente úmido.

E pretendem ir um pouco mais além: desenvolver um gráfico estabelecendo como determinadas condições de calor afetam pessoas de tamanhos e pesos diferentes. E também entender o impacto do calor extremo em pessoas com diabetes e esquizofrenia.

robô Andi
Andi está suando pela ciência. Crédito: Christopher Goulet/Arizona State University.

O robô pode gerar calor para simular tanto uma pessoa em repouso quanto uma pessoa correndo uma maratona. Combinando com o calor do sol, da calçada e do ar ao seu redor durante a caminhada, o robô mostrará qual combinação será extrema demais para tipos específicos de pessoas. Logo após, os pesquisadores podem colocar o manequim para refazer a caminhada sob as mesmas condições, mas ver o que muda quando ajustam o comportamento dele.

Esses são detalhes já necessários para o mundo quente em que vivemos… e a utilidade dessas informações aumentará à medida que o planeta esquentar!