Imagem incrível! Pedaço do Sol se solta após intensa erupção

Essa semana, notícias do mundo inteiro divulgaram que um pedaço do Sol havia se soltado com imagens impressionantes do acontecimento. Pesquisadores explicam exatamente o que vemos nas imagens e o motivo dessa impressão.

erupção solar
Cientistas observam um filamento do Sol se soltando devido a uma alta atividade solar que causou uma erupção solar nunca vista antes.

Estrelas são objetos perfeitos para entendermos melhor a dinâmica de plasmas astrofísicos. Plasma é um estado da matéria onde parte está ionizada, ou seja, os elementos perderam ou ganharam elétrons deixando de serem neutros.


No Universo, boa parte do que encontramos está no estado de plasma: estrelas, material em torno de buracos negros, componentes de galáxias.

Outro fator importante no Universo é campos magnéticos. Não é raro encontrar que plasmas envolvidos por campos magnéticos, por isso, entender como funciona a dinâmica do plasma nesses ambientes é importante para entendermos o Universo.

Um ótimo exemplo dessa interação é o próprio Sol que é uma bola de plasma com campos magnéticos que interferem na dinâmica. Estudar o Sol atentamente pode nos dar indícios de como funciona a dinâmica de objetos extremos, como o ambiente de buracos negros.

O que é o ciclo solar?

O Sol possui uma dinâmica bastante complicada que começa em seu centro com a fusão de elementos. O plasma que compõe o Sol se move originando campos magnéticos. Por sua vez, os campos magnéticos interferem em como o plasma se move causando uma reação de efeito e causa.

A fusão de elementos que acontece no núcleo solar libera energia dando início a um processo que movimenta o plasma e, por sua vez, gera campos magnéticos.

Esses campos magnéticos possuem um ciclo de 11 anos. A cada 11 anos, o polo Sul e o polo Norte magnético solar trocam de lugar. Esse ciclo é conhecido como ciclo solar. O campo magnético possui máximos aumentando manchas solares, nível de radiação solar e erupções solares.

Em 2019, um novo ciclo solar se iniciou. A NOAA previu que o máximo do campo magnético aconteceria entre 2023 e 2026 onde presenciaríamos o aumento da atividade solar.

O que foi observado esse ano?

Como já previsto, esse ano o Sol está com uma alta atividade. Em janeiro deste ano, ocorreram erupções solares todos os dias. Essas erupções são divididas em classes conforme a força delas, as duas mais altas são erupções da classe X e da classe M que foram as erupções observadas esse ano.

No dia 2 de fevereiro, a astrofísica Tamitha Skov, especialista em física solar, postou um vídeo mostrando uma das erupções solares. No vídeo, vemos um filamento de matéria escapar do Sol a 96 quilômetros por segundo!

Apesar de erupções solares serem comuns, a velocidade com que o filamento escapou não é tão comum. Os dados desse dia ainda estão sendo analisados para compreender melhor o que aconteceu porém há indícios de que o Sol está mais ativo nesse ciclo do que o comum.

O que são erupções solares?

Erupções solares são verdadeiras explosões que acontecem na superfície do Sol. Essas explosões ocorrem quando campos magnéticos interagem se torcendo e liberando uma grande quantidade de energia. Nós conseguimos ver essas explosões como filamentos.

Exemplo de filamento de erupção solar
Uma simulação de uma erupção solar e como os filamentos são formados. A simulação foi feita pela NASA para ilustrar como as erupções solares podem ser associadas com o clima terrestre. Crédito da imagem: NASA's Goddard Space Flight Center/Genna Duberstein

Sabemos que essas explosões estão associadas com regiões de manchas solares, indicando que os campos magnéticos também afetam a radiação e temperatura dessas regiões.

Nessa explosão, há uma grande emissão de radiação eletromagnética que pode emitir por todo espectro, desde raios gamma até ondas de rádio.

As erupções solares não são associadas às ejeções solares. Ejeções solares são quando partes da matéria do Sol escapa junto com campos magnéticos. Essas ejeções podem chegar à Terra e interferir em satélites terrestres, mas também são responsáveis pelas auroras nos polos.