Grande missão de busca de vida em Marte: o que a NASA e a ESA esperam encontrar?

A Agência Espacial Europeia (ESA), a Thales Alenia Space e a NASA conseguiram finalmente dar uma segunda vida à missão ExoMars, cujo progresso foi ameaçado pela retirada da Rússia do projeto. Um novo contrato finalmente relança esta missão cujo objetivo principal é encontrar vestígios de vida antiga (ou atual) no planeta vermelho.

ExoMars finalmente relançado após a saída da Rússia

A retirada da Rússia, na sequência da sua intervenção militar na Ucrânia em fevereiro de 2022, teve consequências importantes no calendário de preparação da missão, mas também nos aspectos técnicos e científicos do projeto.

Os instrumentos russos a bordo do rover Roslind Franklin tiveram que ser retirados dele, assim como a plataforma de pouso Kazachok, equipada com 13 instrumentos científicos e destinada ao pouso do rover em Marte. Como resultado, a ESA foi forçada a rever completamente a missão, até mesmo considerando o seu abandono.

No entanto, foi assinado um novo contrato no valor de 522 milhões de euros com a Thales Alenia Space, empresa sediada em Cannes, para revitalizar o desenvolvimento do rover em questão. Particularmente, será criado um módulo de reentrada, descida e aterrissagem para o rover, e também a modificação e manutenção de equipamentos existentes quando o projeto foi pausado em 2022.

A NASA também deu a sua contribuição. Inicialmente planejada para ser responsável apenas pelo fornecimento do Analisador de Moléculas Orgânicas - Espectrômetro de Massas (Moma-MS), a agência também será responsável pelo lançamento, motores de pouso, aquecimento e fornecerá importante suporte de engenharia de sistemas para garantir o sucesso da missão

Assim, este projeto de colaboração internacional, iniciado no início dos anos 2000, verá finalmente a luz do dia depois de ter sido quase abandonado há dois anos, um verdadeiro alívio para os cientistas.

Em busca de vida em Marte!

Os cientistas há muito procuram uma resposta para a questão da vida em Marte, seja no passado ou no presente. Com o objetivo de finalmente encontrar uma resposta definitiva a esta questão, o projeto ExoMars foi criado no início dos anos 2000.

Seu lançamento, inicialmente previsto para setembro de 2022, está agora previsto para ocorrer entre outubro e dezembro de 2028 a partir do Centro Espacial Kennedy, no estado americano da Flórida. A chegada a Marte deverá, portanto, ocorrer em 2030, seja na planície de Oxia Planum ou perto dela em Mawrth Vallis, um grande canal de fluxo com espessas camadas de sedimentos nos planaltos circundantes, que podem abrigar vestígios de vida antiga.

Para maximizar as chances de descobrir vestígios de vida marciana, o rover da missão será equipado com uma broca capaz de perfurar até dois metros de profundidade. As propriedades químicas, físicas e biológicas das amostras coletadas serão analisadas diretamente in situ no minilaboratório a bordo do rover, o Analytical Laboratory Drawer desenvolvido pela empresa Thales.

Isto poderá permitir, segundo os cientistas responsáveis pela missão, detectar a presença de possíveis bactérias subterrâneas, vivas ou fossilizadas, potencial prova de que o planeta vermelho abrigou vida ao longo da sua história ou talvez ainda a abrigue hoje.