Dados impressionantes da NASA e da OMM explicam por que 2023 foi tão quente

As explosões solares têm fortes repercussões no nosso planeta. Se somarmos a isso o indiscutível aumento da emissão de gases de efeito estufa, o problema torna-se mais complexo de resolver. Te explicamos porquê.

Explosão solar, dezembro de 2023
Captura da intensa explosão solar ocorrida em dezembro de 2023. Fonte: NASA.

Considerando as informações publicadas pela National Aeronautics and Space Administration (NASA), o Sol emitiu uma forte explosão atingindo seu pico em 14 de dezembro de 2023 às 12:02h. O Observatório de Dinâmica Solar da NASA (SDO), que está constantemente atento ao que acontece com a estrela, capturou uma imagem espetacular do evento, que está aqui acima no início deste artigo.

A explosão solar registrada foi classificada como X2.8. Vale ressaltar que a classe X denota as explosões mais intensas, enquanto o número fornece informações sobre sua força, observou a NASA em um comunicado.

É extremamente importante mencionar que as explosões solares são poderosas explosões de energia. E, tal como as explosões solares, são capazes de criar riscos para os astronautas e as naves espaciais. Com estes eventos, podemos ter nossas redes de energia elétrica e sinais de rádio afetados, podendo até influenciar as rotas de navegação.

Em menor escala, para que a temperatura da Terra seja estável durante longos períodos de tempo, a radiação térmica absorvida e emitida deve ser igual. No entanto, a maior parte da energia extra é armazenada como calor nos oceanos, na atmosfera e na terra, derretendo a neve e o gelo. É por isso que uma melhor compreensão do equilíbrio energético da Terra permite que nos informemos e nos adaptamos a um mundo atual em constante mudança.

Surpreendente absorção de energia solar e consequências socioeconômicas

De acordo com o comunicado divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), são observados cinco fatos importantes:

  • o ano de 2023 está a caminho de ser o mais quente já registrado;
  • as concentrações de gases de efeito estufa (GEE) continuam aumentando;
  • as temperaturas da superfície do mar e o aumento do nível do mar bateram recordes;
  • o gelo marinho da Antártica registrou extensões mínimas históricas;
  • os fenômenos meteorológicos extremos causam mais mortes e devastação.

"Estas não são meras estatísticas. Corremos o risco de perder a oportunidade de salvar os nossos glaciares e travar a subida do nível do mar. Não podemos voltar ao clima do século 20, mas temos de agir agora para limitar os riscos de um clima cada vez mais inóspito neste século e no futuro", declarou Petteri Taalas, Secretário Geral da OMM. Ele acrescentou que “eventos climáticos extremos destroem vidas e meios de subsistência todos os dias. Portanto, devemos garantir que todos estejam protegidos através de serviços de alerta precoce”.

Nosso planeta está absorvendo 2,2 W/m2 mais calor do Sol do que na primeira década deste século. Isto se deve principalmente aos elevados níveis de emissões de gases de efeito estufa que mantêm a maior parte desse calor adicional na superfície da Terra, indicou o comunicador León Simons em sua rede social.

Neste sentido, a OMM indica que os níveis de dióxido de carbono (CO2) são 50% superiores aos do período pré-industrial. E isso não é tudo, pois a sua longa vida útil faz com que as temperaturas continuem a subir ao longo dos anos.

Radiação solar
Anomalia da radiação solar absorvida pela Terra. Fonte: León Simons (@LeonSimons8).

"Este ano, comunidades em todo o mundo foram vítimas de incêndios florestais, inundações e temperaturas escaldantes. Os recordes de calor em todo o planeta deveriam causar arrepios na espinha dos líderes mundiais", mencionou António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas.

Finalmente, dentro das repercussões socioeconômicas estão a insegurança alimentar, as migrações de pessoas, as situações de conflito e a violência geradas pela soma de todos os fatores mencionados, tanto à escala astronômica como planetária.