Contato com a Natureza reduz impacto da solidão

A interação com a natureza pode salvar vidas, principalmente as pessoas que vivem em solidão. Saiba mais sobre este assunto, conosco!

Contato com a natureza.
Imagem que ilustra um dos vários benefícios do contato com a natureza: a boa disposição!

A solidão, principalmente em áreas urbanas, é um problema de saúde pública que pode aumentar o risco de morte de um indivíduo em mais de 45%. Assim, em alguns casos, a solidão pode ser mais mortífera do que a poluição atmosférica, a obesidade e o consumo de bebidas alcoólicas. Nas áreas urbanas é importante, de forma a minimizar este impacto na mortalidade, estimular o contato com a natureza.

Um novo estudo britânico indica que o contato com a natureza, por exemplo em áreas verdes dentro das cidades, pode afetar positivamente o sentimento de solidão. A solidão é um problema que afeta todas as faixas etárias, mas principalmente os grupos etários dos adultos e dos idosos. Assim, para este estudo, os autores em vez de recolherem dados em entrevistas, recolheram dados através de uma aplicação para smartphones.

Com o ritmo de crescimento aumentando cada vez mais das cidades, é importante que estes espaços sejam cada vez mais promotores de saúde mental, através da interação com a natureza.

Desta forma, foi possível constatar que um indivíduo, quando frequenta espaços superlotados (centros comerciais, por exemplo) vê o seu sentimento de solidão aumentar em média 39%. Ao invés, quando um indivíduo frequenta áreas verdes, onde pode observar o céu, as árvores e ouvir os barulhos dos pássaros, a sensação de solidão diminui em média 28%. De outro ponto de vista, se um indivíduo se sentir incluso socialmente, o sentimento de solidão pode diminuir 29%, se combinado com o contato com áreas verdes e natureza o efeito benéfico é ampliado em mais 18%.

Cidades sobrepovoadas e as novas tecnologias

Este trabalho de pesquisa foi desenvolvido em várias cidades do mundo, recolhendo informações de cidadãos urbanos através de um aplicativo para celulares designada Urban Mind. A metodologia aplicada centrou-se em questionários aleatoriamente distribuídos, mas que pressupunham uma resposta três vezes ao dia durante quinze dias.

Os questionários continham perguntas simples orientadas em quatro temas centrais: solidão, sobrelotação de espaços, inclusão social, contato com a natureza. Mais de 750 utilizadores desta app forneceram mais de 16.600 respostas aos questionários.

Sendo que os participantes neste estudo não foram previamente selecionados, mas participaram de forma voluntária, estes números não formam uma amostra de grandes dimensões, contudo, é possível compreender ao analisar parâmetros como a idade, a etnia, a educação e a ocupação que para esta amostra, o contato com a natureza é fundamental para combater a solidão e os problemas de saúde mental associados.

Possíveis soluções

Tendo em conta os resultados apresentados pela pesquisa do King’s College de Londres, é importante criar e implementar políticas em intervenções concretas que permitam reduzir o sentimento de solidão em áreas urbanas, densamente povoadas. As áreas verdes cuidadas, dentro das cidades, permitem por um lado aumentar os sentimentos de apego a um lugar e, por outro, proporcionar mais oportunidades de socialização.

O tempo passado junto da natureza, por exemplo em parques urbanos, aumenta o bem-estar de um indivíduo ou de uma comunidade, o que representa economia para o Estado. Por exemplo, no Reino Unido, as caminhadas ao ar livre em parques verdes permitem uma economia de cerca de 185 milhões de libras, ao Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), em despesas com saúde mental.

O conceito de cidade-jardim não podia ser mais atual. Com o ritmo de crescimento das cidades cada vez maior, é importante que estes espaços sejam cada vez mais promotores de saúde mental, através da interação com a natureza. Os habitats humanos devem prosperar em conjunto com o desenvolvimento pessoal e humano.