"Airpocalypse": o que está acontecendo em New York e Yakutia?

O fenômeno "Airpocalypse" deixa o céu preto nos Estados Unidos e na Rússia. A chamada crise climática parece continuar agravando o número de incêndios florestais ativos no planeta.

Airpocalypse
O aquecimento global provocado pela ação humana aumentará a propagação de incêndios mundiais nos próximos anos.

A ligação entre aquecimento global e incêndios é mais do que óbvia, e também é acreditada e confirmada pela comunidade científica. Quanto maior a variação de temperatura, maior a intensidade e a abrangência do fogo. Nos últimos dias, o "Apocalipse aéreo" (as mídias locais estão associando este conceito ao ar irrespirável) em Yakutia e New York está tingindo de preto o céu das cidades.

Nova Iorque está sofrendo, de novo!

A última terça-feira (20) foi o dia com a pior qualidade do ar na cidade de New York nos últimos 14 anos. A concentração de micropartículas na atmosfera era sete vezes maior do que o considerado saudável para humanos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A cidade enfrenta uma grande nuvem de fumaça que se estende por todo o continente americano.

Nessas situações, o normal segundo vários especialistas, é que a fumaça dos fogos ativos na costa oeste chegue ao leste. Agora, o grande problema de tudo isto é que a fumaça está mais baixo que o normal, fato que ocupou a primeira página da mídia por coisas estridentes, como a "estranheza" que este fenômeno trouxe com o pôr do sol espetacular .

Os responsáveis por isto são os mais de 80 incêndios ativos no oeste dos Estados Unidos, principalmente na Califórnia, Nevada e Oregon. Há poucos dias a fumaça era tão abundante que podia ser vista e até inalada em vários Estados do leste dos EUA, como New Jersey e New York.

O mesmo em Yakutia

A fumaça dos mais de 300 incêndios ativos na Sibéria carbonizou cerca de 1,4 milhão de hectares. A temporada de incêndios está sendo colossal em parte da Sibéria, uma região estratégica que está localizada sobre o solo permafrost, que atualmente está descongelando devido ao aquecimento global.

O calor, que começa a mudar a orografia da região, combina-se com um solo cada vez mais seco que alimenta os incêndios florestais. Yakutia não é a única região russa devastada pelas chamas; as partes noroeste e central do país também foram afetadas; uma situação que faz com que a densa fumaça impeça o combate ao fogo na região.

Acredita-se que os altos níveis de particulados combinados com ozônio e outros produtos químicos farão desse episódio um dos piores eventos de poluição do mundo, além de prejudicial. Assim como em Nova Iorque, as partículas aumentaram mais de 1.000 microgramas por metro cúbico nos últimos dias, o que é mais de 40 vezes a diretriz de segurança recomendada pela OMS.