A Terra está com febre: o apelo urgente para curar o nosso planeta no seu dia internacional

Em tempos de mudanças climáticas recordes e ecossistemas em crise, o Dia da Terra de 2025 nos lembra que a cura do planeta está em nossas mãos.

Terra, planeta
A natureza está sofrendo, e estamos vivenciando as consequências em primeira mão com eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes e intensos.

A Terra não sussurra mais: ela grita. Isso acontece na forma de incêndios incontroláveis, chuvas torrenciais que inundam cidades inteiras e ondas de calor que quebram recordes ano após ano.

Neste Dia Internacional da Mãe Terra, a mensagem é clara, ecoando do coração do planeta: precisamos de uma mudança radical em nossa relação com o meio ambiente.

O termômetro do planeta está vermelho

"A Mãe Terra está com febre", afirmou sem rodeios o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em um comunicado da instituição. Essa febre não é metafórica.

Os sintomas do planeta doente são evidentes. “Vidas perdidas e meios de subsistência destruídos”, alerta a ONU. Por trás de cada desastre natural há histórias humanas. Mas há também um padrão que se repete: a alteração dos ecossistemas.

Segundo a ONU, perdemos 10 milhões de hectares de florestas todos os anos (uma área maior que a Islândia). Os oceanos, além do plástico, estão se tornando ácidos, e um milhão de espécies estão à beira da extinção. No entanto, os especialistas concordam: ainda temos tempo para reverter os danos.

Restaurar ecossistemas não é apenas uma questão ambiental, mas também uma estratégia para combater a pobreza, melhorar a saúde pública e prevenir futuras pandemias. Um ecossistema saudável atua como um escudo natural contra doenças e desastres.

Recuperando a harmonia com a natureza

Este ano, as Nações Unidas insistem que a adaptação não é suficiente; o sistema deve ser transformado.

Economia sustentável
O apelo é para promover “uma economia que funcione para as pessoas e para o planeta”. Uma tarefa ambiciosa, sim, mas não impossível.

As soluções já estão sobre a mesa. Energia renovável mais barata, cidades resilientes e políticas públicas que integrem a natureza como aliada, não como obstáculo.

Investir em adaptação é uma medida de proteção e uma estratégia inteligente para construir economias e comunidades mais seguras em termos de clima.

"Iniciar o caminho da recuperação é benéfico para todos", afirma Guterres, abrindo uma janela de otimismo.

Um movimento global com história

O Dia Internacional da Mãe Terra não nasceu ontem. Suas raízes remontam à década de 1970, quando as preocupações ambientais começaram a fazer parte da agenda global.

Da histórica Conferência de Estocolmo em 1972 ao Acordo de Paris de 2015, o caminho foi pavimentado com marcos.

A criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Agenda 2030 com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a recente estrutura global de biodiversidade são passos concretos em direção a um mundo mais justo e verde.

Mas nenhum desses avanços será suficiente sem vontade política, financiamento adequado e pressão dos cidadãos.

2025 será crucial: a COP30 será realizada em novembro, onde os países terão que prestar contas e renovar seus compromissos.

Todos os países devem criar novos planos nacionais de ação climática consistentes com a exigência de limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC, o que é essencial para evitar os piores efeitos da catástrofe climática - António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas.

A Terra falou conosco com a força de um furacão e a sutileza de um degelo silencioso. Sua "febre" é um aviso que não podemos ignorar.

Assim como um corpo doente luta para se curar, nosso planeta clama por nossa ajuda para recuperar seu equilíbrio vital. Neste Dia da Terra, lembremos que somos parte dela e que sua saúde é inseparável da nossa.

Referência da notícia

Cuidar a nuestra Madre Tierra. 22 de abril, 2025. ONU.