Semeadura da safra verão 23/24 começou em setembro e perdas estão sendo registradas. O que esperar para outubro?

O plantio de milho e soja da safra verão verão 23/24 já começou em alguns estados do Brasil em meio as irregularidades climáticas com perdas já registradas. Saiba o que esperar daqui pra frente.

O período de vazio sanitário já terminou em alguns estados do Brasil que começaram a semeadura da safra verão 23/24 realizando o plantio de milho 1ª safra e soja. O plantio, no entanto, já começou sofrendo com as adversidades climáticas em setembro e registrando perdas.

Produtores no Rio Grande do Sul fizeram o plantio do milho e muitas áreas já mostram os efeitos do excesso de chuva, em que até mesmo os tratos culturais têm sido prejudicados. Inclusive, o produtor já começa a se programar com a continuidade das chuvas e a proximidade do término do período ideal da semeadura do milho e algumas áreas podem ser redirecionadas ao plantio da soja. No Paraná e em Santa Catarina, a semeadura tem avançado e mostrado boas condições nas lavouras, mas alguns produtores relatam a pressão de pragas, principalmente a cigarrinha e o tripes.

Em contrapartida ao excesso de chuvas no Sul do Brasil por conta do fenômeno El Niño, produtores no Sudeste e no Centro-Oeste começaram a semeadura embalados pelas chuvas isoladas que têm sido registradas nos últimos dias. A chuva tem sido insuficiente para a reversão do déficit hídrico em muitas áreas, e junto com as altas temperaturas de setembro por conta da intensa onda de calor, plantas estão morrendo.

soja
Produtores no Sudeste e Centro-Oeste começam o plantio da soja em meio às chuvas isoladas e com solo muito seco, registrando morte de plantas logo no começo do ciclo da safra verão 23/24.

No Mato Grosso, o plantio começa a ganhar ritmo com as chuvas desta semana, mas a preocupação é enorme com a previsão de chuvas abaixo da média no período de desenvolvimento. O plantio foi até interrompido na última semana em Mato Grosso do Sul por conta do tempo seco e das altas temperaturas.

O que esperar em outubro?

Muitos produtores começaram o plantio da safra verão 23/24 em setembro esperando que em outubro as chuvas aconteçam de forma mais abrangente e mais volumosa, isso falando de Sudeste e Centro-Oeste, com o plantio já sendo realizado nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Em Minas Gerais, no Distrito Federal, no Rio Grande do Sul, assim como áreas do MATOPIBA, a semeadura vai começar no dia 1º de outubro e as incertezas climáticas colocam em risco uma safra inteira.

Falando de Rio Grande do Sul, o produtor que já vem registrando perdas no milho e vai começar a plantar a soja, deve enfrentar ainda o excesso das precipitações no mês de outubro, especialmente na metade norte gaúcha, são esperados mais de 300 milímetros em outubro, mantendo o excesso de umidade no solo, dias nublados e propícios ao desenvolvimento de pragas e doenças, como também o risco para inundações que podem matar plantações inteiras.

No Sudeste, a chuva tende a ser mais expressiva, especialmente nos primeiros 10 dias do mês, com destaque para áreas agrícolas em São Paulo, na metade sul de Minas e no Espírito Santo, que serão favorecidas com a umidade, mas o produtor precisa ficar atento a redução das chuvas logo após esse período, o que pode gerar estresse hídrico nas plantações.

No Centro-Oeste, esse cenário também está previsto para o sul do Mato Grosso do Sul, mas a preocupação é enorme no Mato Grosso e no Goiás, com previsão de chuvas irregulares, espaçadas e sem volumes expressivos. Lavouras principalmente no norte dos dois estados podem registrar perdas e morte de plantas por conta do tempo seco e das possíveis novas ondas de calor em outubro.

Para o MATOPIBA que também estará liberado para começar o plantio da safra verão 23/24, o risco de seca severa é enorme por conta do fenômeno El Niño que ainda segue ganhando intensidade. Em outubro mal deve chover no Maranhão, no Piauí, no Tocantins e no oeste e norte da Bahia. O produtor desses estados corre sérios riscos de produzir e colher bem menos nessa safra com relação aos últimos anos que foram sob efeito do La Niña gerando chuvas mais abrangentes.