Santa Catarina sob alerta: chuvas já causam prejuízos milionários na agricultura e há risco de acumulados de até 200 mm

Em apenas dez dias de chuvas intensas no estado de Santa Catarina, os prejuízos foram gigantescos com proporções milionárias no setor agrícola. Lavouras foram devastadas pelas inundações, ficaram total submersas, as plantas estão podres, algo que gerou um prejuízo de R$ 63 milhões apenas neste mês de outubro. Além do alto volume de chuva, temporais com vendaval, raios e queda de granizo também ajudaram a aumentar os custos e perdas.

Foram três anos seguidos de La Niña, o que gerou um forte impacto no setor agrícola no Sul do Brasil devido à estiagem e as baixas temperaturas que somaram diversos episódios de geadas severas no estado catarinense. Agora é a vez do produtor rural se preocupar com o fenômeno El Niño, responsável por aumentar as chuvas e as temperaturas, o que de certa forma seria benéfico para o desenvolvimento de muitas lavouras no estado, o problema é o excesso que vem sendo enfrentado.

Os maiores prejudicados até o momento foram os produtores de tabaco, os danos atingiram cerca de 6.680 hectares de plantações de fumo, o que gerou um prejuízo gigante acima dos R$ 39 milhões. Outras culturas também foram atingidas no estado de Santa Catarina, lavouras ficam submersas e estão apodrecendo, é o caso do trigo (R$ 12 milhões), feijão (R$ 4,7 milhões), milho (R$ 5,4 milhões), legumes (R$ 421 mil), morango (R$ 181 mil) e erva-mate (R$ 88 mil).

A produção leiteira levou um menor prejuízo até o momento, mas foram perdidos ao menos seis mil litros de leite. Além da produção agrícola e da pecuária afetada, criadores de suínos e aves também registraram perdas estruturais devido às enchentes e os temporais que provocaram destelhamentos e até mesmo o desabamento completo de barracões.

Santa Catarina deve se preparar para um novo evento extremo

Após a passagem rápida de uma frente fria nesta semana que gerou volumes expressivos em partes do Rio Grande do Sul e até mesmo no Paraná, Santa Catarina respirou um pouco aliviada com a diminuição dos pontos de alagamento e o retorno de muitas famílias as suas casas, porém, essa pequena trégua não vai durar muito tempo e o estado catarinense já precisa se preparar para novos episódios de eventos extremos, ainda neste mês de outubro.

Nesta quinta-feira (26) já tem previsão de chuvas no Sul do Brasil devido à formação de instabilidades no interior do continente, especialmente uma área de baixa pressão atmosférica. No entanto, a preocupação ainda é pequena ao longo do dia, pois o volume de chuva previsto é baixo e não deve gerar muitos transtornos, mas todo o cuidado é pouco visto que ainda existem pontos monitorados quanto ao nível elevado de rios que podem transbordar a qualquer momento.

Os alertas começam a partir de sexta-feira (27) quando as instabilidades se aproximam mais e geram núcleos mais intensos de chuva começando pelo oeste catarinense, isso já no período da tarde. Até o final do dia, são esperados volumes acima dos 40 milímetros em muitas cidades do estado, algo que ganha maiores proporções e intensidades no final de semana.

No sábado (28) a chuva será intensa e abrangente no estado de Santa Catarina, mas o cenário mais crítico deve ser registrado na faixa oeste, com risco de temporais com ventos de até 70km/h, além de raios e queda de granizo, isso sem falar do maior volume acumulado, ou seja, a área fica em observação direta com alto risco de inundações que podem devastar cidades e lavouras, gerando um prejuízo ainda maior no setor agrícola.

Vale ressaltar que a chuva não será expressiva somente no oeste de Santa Catarina, como também em áreas do planalto que vão registrar um alto volume de chuva também no sábado, não se descartando o potencial para transtornos como alagamentos e deslizamentos de terra. Inundações de proporções maiores têm um médio risco de acontecer.

De modo geral, são esperados volumes entre 140 e 200 milímetros no oeste catarinense, volumes entre 70 e 100 milímetros no planalto, e volumes entre 30 e 60 milímetros nas demais regionais do estado como norte, vale, leste e sul. Mesmo com o menor volume previsto, todo o estado fica em atenção para a formação do ciclone e a passagem de mais uma frente fria nessa reta final de outubro. Vale lembrar que a qualquer necessidade, é importante pedir ajuda aos responsáveis capacitados como à Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.