Quando a chuva retorna ao Sudeste? São Paulo e Rio de Janeiro já tem data marcada para a mudança de padrão

O clima seco e quente tem chamado a atenção nessa reta final do outono, e a pergunta que fica é: quando volta a chover no Sudeste? Mudança de padrão já tem data definida!

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Retorno da chuva vai acontecer ainda neste mês de junho em partes do Sudeste, veja a tendência e como isso vai acontecer.

Faltam poucos dias para o início do inverno no Hemisfério Sul marcado para o dia 20 de junho. O clima mais seco do outono tem sido realmente marcante no Sudeste, assim como outros fenômenos comuns nesta época do ano como a grande amplitude térmica e a formação de nevoeiros.

Clima seco do outono tem chamado mais a atenção neste ano devido as altas temperaturas acima do normal, o que causa maiores preocupações quanto a falta de chuva em si. É um círculo vicioso e que impacta muitos setores em toda a região.

É fato que nesta época do ano chove menos, já estamos acostumados a isso, porém, a chuva está ainda mais escassa que o normal. Além disso, tem feito muito mais calor neste outono, o que nos faz sentir mais ainda a ausência das pancadas de chuva, seja para molhar o jardim, para a reposição hídrica nas plantações, seja para diminuir a poeira, e principalmente para melhorar a qualidade do ar que respiramos.

Retorno das chuvas no Sudeste acontece quando?

Uma hora esse padrão tem que mudar, mas o que todo mundo quer saber é quando. Para os próximos dias não há previsão de chuva para a maior parte da região, pois a umidade ficará concentrada no Sul do país devido a um rio atmosférico que vai passar pelo interior do continente.

A mudança de padrão vai acontecer um pouco mais a frente, mas ainda neste mês de junho. A tendência é que o bloqueio atmosférico seja rompido somente no final da semana que vem, e aí sim uma frente fria conseguirá avançar pelo centro-sul brasileiro de forma mais abrangente.

O modelo GFS mostra a chegada da chuva ao estado de São Paulo a partir da sexta-feira (21), porém, notamos nos mapas acima, que as instabilidades ainda estarão mais concentradas sobre o Sul, ou seja, para partes do Sudeste são projetadas apenas chuvas rápidas e mal distribuídas, mas depois tem mais.

O primeiro episódio de chuva será pontual e rápido, mas não se descarta o risco de tempestades entre São Paulo e o Rio de Janeiro justamente pela combinação entre calor e a chegada da umidade. Pancadas tendem a ocorrer entre os dias 21 e 24 de junho.

Nesse período ainda não são esperadas chuvas para a maior parte do Sudeste. Pode sim chover em diversas cidades paulistas, mas em Minas Gerais, por exemplo, a chance de mudança significativa no tempo ainda é quase nula. A boa notícia é que antes do mês terminar, mais um episódio de chuva é esperado na região.

Com a formação de novas instabilidades a partir do interior do continente, ainda na altura da região Sul, existe a chance para o avanço das chuvas para o Sudeste no último fim de semana do mês de junho. Ainda é cedo para cravar uma previsão, mas ao que tudo indica, será mais um episódio isolado entre São Paulo e o Rio de Janeiro.

O que vai mudar o padrão?

Além da previsão de chuva para o Sul do país nos próximos dias como mencionado anteriormente, o período entre 17 e 24 de junho tende a ser mais úmido no extremo sul do país, mas por quê?

O mapa abaixo à esquerda mostra a anomalia de precipitação positiva (em verde) e negativa (em laranja) que é o caso predominante no Sudeste. Vale ressaltar, no entanto, que essa umidade deve ocorrer até meados da semana, pois a tendência é de rompimento do bloqueio e avanço das instabilidades no fim de semana para o Sudeste.

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Anomalia de precipitação positiva (em verde) no período de 17 a 24 de junho enfraquece, o que mostra a mudança de padrão e tendência de avanço das chuvas para o Sudeste. Fonte: ECMWF

O padrão tende a mudar após nesse período transitório durante a reta final de junho, pois como mencionamos, existe a tendência de ao menos dois episódios de precipitação sobre partes do Sudeste até o final do mês.

O mapa da direita, entre 24 de junho e 1º de julho, já mostra um padrão diferente de chuvas sobre o Brasil, já não tem a anomalia negativa marcante principalmente sobre o leste de São Paulo, o Rio de Janeiro, sul e leste de Minas Gerais e principalmente sobre o Espírito Santo.

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Oscilação Antártica (AAO) entra em fase negativa na segunda quinzena de junho, o que fornece uma condição mais favorável para o avanço das chuvas para o Norte do país. Fonte: NOAA

Um dos pontos importantes a ser mencionado para justificar essa alteração é a Oscilação Antártica (AAO), que entrando em fase negativa, faz com que haja mais frentes avançando pelo centro-sul do Brasil.