Primeira semana de outubro: tempo severo na Região Sul e volumes que já podem atingir a média do mês em parte do Sudeste

Uma mudança de padrão proporcionou o aumento da umidade em boa parte do Brasil, com chuvas e tempestades atingindo o Centro-Oeste, o Norte, o Sudeste e o Sul. Esse padrão continua com chuvas mais volumosas. Confira os detalhes aqui.

O bloqueio atmosférico chegou ao seu fim no fim da última semana e a onda de calor histórica já não é mais uma ameaça. Uma mudança drástica aconteceu com a incursão de uma massa de ar frio na Região Sul e no leste do Sudeste, juntamente com a ocorrência de chuvas de até forte intensidade no Centro-Oeste e no Sudeste.

Esse padrão mais frio e úmido se mantém para essa primeira semana de outubro, com chuvas expressivas previstas para as regiões Sul e Sudeste, que podem proporcionar transtornos, uma vez que os acumulados previstos excedem os 100 mm e, para parte do Sudeste, se aproximam muito da média climática do mês.

climatologia de precipitação de outubro
Climatologia de precipitação do mês de outubro, segundo o INMET. Período de referência: 1991-2020.

Aliás, a primeira quinzena de outubro deve ser marcada pela frequência de sistemas de baixa pressão e frontais atuando sobre o centro-sul do Brasil, principalmente entre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Acumulados de chuva podem chegar aos 200 mm no Sul e atingir a média em São Paulo

Ao longo de toda a semana, há previsão de chuva todos os dias nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, sendo mais volumosas e intensas no Sul e no Sudeste.

A segunda-feira (02), começa com a atuação de uma frente fria no Sudeste e com chuvas de moderada a forte intensidade ocorrendo de forma mais pontual no centro-norte do Sudeste, na região do Triângulo Mineiro, no norte do Rio de Janeiro e no sul do Espírito Santo. Já no leste paulista e no restante do território fluminense, os ventos promovidos pelo ciclone extratropical associado à frente fria, contribui para chuva fraca ou chuvisco.

Semana começa potencial de chuvas intensas e tempestades no Sudeste, com acumulados de 30 a 50 mm em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

No decorrer da manhã, as chuvas diminuem e podem ocorrer de tornar mais pontual também na porção central de Minas Gerais, na região de Belo Horizonte. O tempo nublado e com chuva fraca ou chuvisco se mantém para o leste de São Paulo e para o Rio de Janeiro.

alerta de chuvas intensas e tempestades
Na tarde de segunda-feira (02), instabilidades trazem potencial de tempestade e chuvas de até forte intensidade.

No período da tarde, instabilidades se formam e pancadas de até forte intensidade, que podem ocorrer como tempestades, atingem o centro-sul de oeste de Minas Gerais, o norte e oeste de São Paulo, o centro-sul de Goiás, até a região de Brasília, o leste e norte do Mato Grosso do Sul, o centro-sul e sudeste do Mato Grosso. As chuvas mais abrangentes e com maior potencial tempestivo ocorrem no território mineiro e no nordeste de São Paulo.

No período da noite, o potencial de chuvas intensas se mantém e, em Minas Gerais, se estende para o norte do estado. No norte do Rio de Janeiro e no Espírito Santo, há alerta de chuvas intensas e tempestades.

Um processo de formação de uma ciclone extratropical se inicia entre a noite da terça-feira e a madrugada da quarta-feira, trazendo o risco de chuvas muito intensas e tempo severo para a Região Sul.

Na terça-feira (03), o sistema frontal já se afasta mais para o oceano e as chuvas se concentram entre o Espírito Santo e o sul da Bahia no período da manhã. No entanto, o tempo fica nublado no leste de São Paulo, no Rio de Janeiro e no centro-leste e nordeste de Minas Gerais, com possibilidade de chuva isolada no território mineiro.

Mesmo com o afastamento da frente fria, uma região de cavado se forma no Brasil Central no período da tarde. Assim, pancadas isoladas, que podem ocorrer como tempestades e chuvas intensas, atingem o norte e o oeste de Minas Gerais, o Espírito Santo, o estado de Goiás, o norte de São Paulo, o nordeste do Mato Grosso do Sul, o centro-sul e sudeste do Mato Grosso.

parte de tempestades
Duas regiões de cavado contribuem para a formação de instabilidades no Brasil Central e no oeste da Região Sul.

Ao mesmo tempo, uma outra região de cavado se forma próximo do oeste da Região Sul, o que contribui para pancadas isoladas no extremo oeste do Paraná, de Santa Catarina, no Oeste e Missões do Rio Grande do Sul.

No período da noite, as chuvas diminuem e se tornam muito pontuais no Centro-Oeste e no Sudeste, mas na Região Sul, a região de cavado se estende e leva risco para tempestades severas e chuvas de forte intensidade em todo o Rio Grande do Sul e no oeste de Santa Catarina.

Na primeira semana de outubro, muita chuva é prevista para as regiões Sul e Sudeste, com possibilidade de mais de 200 mm entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e o volume esperado para o mês no estado de São Paulo.

Na quarta-feira (06), as instabilidades ganham intensidade e se espalham pela Região Sul, com risco de tempo severo e chuvas muito volumosas no norte do Rio Grande do Sul, no estado de Santa Catarina, no sul, leste e todo o oeste do Paraná, já na madrugada e no período da manhã.

acumulado de chuva alerta
Previsão do acumulado da semana do modelo ECMWF traz potencial para volumes em torno da média do mês de outubro no Sudeste. Acumulados na Região Sul podem atingir os 200 mm.

Ao longo do dia, a região de cavado evolui para uma frente fria, que mantém o tempo instável e chuvoso sobre o estado de Santa Catarina e contribui para a formação de instabilidades no Paraná. Além disso, novas instabilidades conseguem se formar no Brasil Central e provocar pancadas isoladas entre São Paulo, Minas Gerais, Goiás e os estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.

No período da noite, a frente fria atua entre o norte de Santa Catarina, o leste do Paraná e o sul de São Paulo, atingindo a região da capital paulista mais para o fim da noite e início da madrugada. O potencial de chuvas intensas se mantém e há risco de eventos intensos no estado de São Paulo.

A tendência para a quinta-feira (05) e a sexta-feira (06) é de mais chuvas no Sudeste e na Região Sul através da atuação da frente fria e do início de formação de um novo ciclone extratropical, que também contribui para muita chuva no fim de semana nessas regiões, principalmente em Santa Catarina, Paraná e no estado de São Paulo.