Agosto inicia com forte tendência de calor na América do Sul

Nos próximos dias o frio começa a perder força e um padrão quente e seco passa a predominar no Cone-Sul da América do Sul.

Onda de calor
Padrão de bloqueio atmosférico começa a ser estabelecido e uma condição seca e muito quente passa a atuar em boa parte da América do Sul.

Durante a segunda quinzena de Junho uma padrão quente e seco foi estabelecido, e um cenário de temperaturas mais elevadas pôde ser verificado, principalmente no Centro-Sul do Brasil, norte da Argentina, no Paraguai e Uruguai.

A quebra desse padrão ocorreu recentemente com a atuação de dois sistema frontais: um no final da semana passada e outro no início desta, provocando mais nebulosidade do que chuva no Centro-Sul, apesar dos volumes entre 15 e 40 mm registrados no Rio Grande do Sul, oeste e sul de Santa Catarina.

Nos próximos dias, o padrão seco e quente começa a ser estabelecido através do deslocamento para o oceano da massa de ar polar e da formação de um bloqueio atmosférico. Através dessa configuração, o leste do Nordeste é beneficiado pelo aumento da umidade e redução das temperaturas devido à maior atuação da circulação de leste.

O que os mapas mostram para os primeiros dias de Agosto?

Os mapas do modelo ECMWF mostram muito bem padrão descrito anteriormente. Através deles podemos ter uma perspectiva maior do quanto as temperaturas vão subir e do volume aproximado que chover no leste nordestino.

É bastante notável o “empoçamento” do ar mais quente sobre a planície da América do Sul, chamada chaco-pampeana, que compreende o centro-leste da Bolívia, o Paraguai, o norte e leste da Argentina, o Uruguai, o centro-sul e oeste do Rio Grande do Sul e o noroeste do Mato Grosso do Sul, onde as máximas podem atingir valores acima dos 35°C mais para o fim da semana.

A persistência desse padrão pode configurar em um evento de onda de calor, uma vez que temperaturas estarão acima da média por um período mínimo de 7 dias.

O tempo seco e quente proporciona outra condição bastante comum para essa época do ano: a baixa umidade relativa. Com o aumento gradativo das máximas dia após dia, a tendência é de que o índice umidade relativa diminua e atinja valores abaixo dos 20%.

Já no leste do Nordeste, com a frequente atuação dos ventos de leste, as chuvas serão praticamente diárias até pelos menos o final da próxima semana, podendo acumular entre 50 e 75 mm até lá.