Vegetais crucíferos podem ter efeito protetor contra o câncer de cólon, afirma novo estudo

Revisão sistemática recente identificou que pessoas que consumiam mais vegetais crucíferos tinham um risco 20% menor de câncer de cólon em comparação com aquelas que consumiam pouco (ou nada) desses vegetais.

Vegetais crucíferos são aqueles que apresentam característica de flor, como a couve-flor e o brócolis. O nome "crucífero" vem do formato de cruz de suas flores, com quatro pétalas dispostas em forma de X.

O câncer de cólon, também conhecido como câncer colorretal, é o terceiro câncer mais comum no mundo e a segunda principal causa de morte por câncer. Segundo o levantamento Globocan da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 houve cerca de 1,9 milhão de novos casos e 935 mil mortes.

No Brasil, a doença é o segundo câncer mais comum em homens e mulheres, com cerca de 45.630 novos casos anuais, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer).

E um estudo recente publicado na revista científica BMC Gastroenterology, feito por pesquisadores da Inner Mongolia University, na China, sugere que os vegetais crucíferos, como brócolis e couve-flor, podem ajudar a reduzir o risco de câncer de cólon. Veja mais detalhes abaixo.

Os resultados do estudo

Neste estudo, os pesquisadores fizeram uma revisão sistemática, analisando dados de mais de 17 trabalhos anteriores, abrangendo um total de 639.539 participantes, destes 97.595 com casos de câncer de cólon.

Eles concluíram, então, que as pessoas que consumiam mais vegetais crucíferos tinham um risco 20% menor de adquirir câncer de cólon em comparação com aquelas pessoas que consumiam pouco (ou nada) desses vegetais.

Os vegetais crucíferos pertencem à família das Brassicaceae e apresentam característica de flor; são ricos em enxofre, vitaminas, fibras e minerais. Alguns exemplos são: o brócolis, couve-flor, repolho, couve de Bruxelas, rúcula, couve chinesa, rabanete e agrião.

Esses vegetais são uma rica fonte de fitoquímicos benéficos, incluindo flavonoides, fibras, vitamina C e carotenoides. Mas além disso, eles possuem isotiocianatos bioativos, os compostos fitoquímicos que nos protegem do câncer por meio de vários mecanismos.

E que mecanismos são esses? Eles podem: bloquear enzimas que ativam carcinógenos, desencadear apoptose (morte celular programada) em células malignas, inibir a formação de novos vasos sanguíneos em locais tumorais, e interromper o ciclo celular, prevenindo assim o crescimento descontrolado de células cancerígenas.

O câncer de cólon, também conhecido como câncer colorretal, é um tumor que se desenvolve no intestino grosso, especificamente no cólon. Se detectado precocemente, ele pode ser tratado e, em muitos casos, curado.

O efeito de proteção ao câncer de cólon começou a aparecer com o consumo de cerca de 20 gramas desses vegetais por dia. A maior redução do risco de câncer foi observada no consumo entre 20 e 40 gramas por dia. Nenhuma melhora significativa no risco foi observada acima de 40 gramas por dia. E o efeito protetor atingiu um platô (estagnação) no consumo entre 40 e 60 gramas, sem benefícios adicionais acima dessa faixa.

Apesar das análises, os autores afirmam que esses resultados devem ser interpretados com cautela devido a limitações metodológicas, como: a heterogeneidade nos delineamentos dos estudos, os métodos de avaliação dietética e potencial confusão residual.

Referências da notícia

Cruciferous vegetables intake and risk of colon cancer: a dose–response meta-analysis. 11 de agosto, 2025. Bo Lai, Zhong Li e Junjie Li.

Broccoli can have a protective effect against colon cancer, study reveals. 21 de agosto, 2025. Sanjukta Mondal.