Tromba d’água e Cabeça d’água: fenômenos diferentes e perigosos

Tromba d’água e cabeça d’água são popularmente confundidos como o mesmo fenômeno natural, mas na meteorologia estes são fenômenos completamente distintos! Ambos são bem perigosos e podem gerar prejuízos e perdas de vida, principalmente durante a estação mais chuvosa do ano.

Tromba d’água e Cabeça d’água
Tromba d’água (esquerda) e Cabeça d’água (direita), fenômenos distintos que apresentam riscos diferentes!

Tromba d’água e cabeça d’água são dois fenômenos que costumam ocorrer com frequência durante o verão, por estarem associados às fortes tempestades características desse período. Ambos são muitas vezes confundidos como sendo o mesmo fenômeno, mas na meteorologia eles são completamente distintos e apresentam riscos diferentes!

As trombas d’água são espécies de tornados que se formam sobre grandes corpos d’água, como rios, lagos ou mar. Elas se formam a partir de uma nuvem funil que se prolonga e entra em contato com a superfície da água. Devido a menor quantidade de energia envolvida em sua formação, as trombas d’água não são tão intensas quanto os tornados formados em terra, mesmo assim elas podem representar perigo.

A cabeça d’água é uma espécie de “tsunami dos rios”. Elas ocorrem quando um grande volume de chuva ocorre sobre a cabeceira (nascente) ou em regiões mais elevadas de um rio, fazendo com que seu fluxo amplie rapidamente e o nível da água suba vários metros em questão de segundos.

Esse grande fluxo de água avança rapidamente pelo rio e pode acabar descendo por uma cachoeira, onde o volume de água aumenta ainda mais, atingindo com força e arrastando tudo que estiver abaixo da queda d’água. A cabeça d’água é mais perigosa que a tromba d’água, pois ela pode ocorrer repentinamente e pegar banhistas de surpresa. Há casos em que a cabeça d’água ocorre numa cachoeira sem nem mesmo estar chovendo naquele local no momento, isso porque basta chover na nascente ou em áreas acima do rio para ela acontecer.

Logo, no primeiro dia de 2019 uma cabeça d’água provocou a morte de 5 pessoas numa cachoeira no Parque Ecológico do Paredão, em Guapé, região sul de Minas Gerais. E no dia 02 uma tromba d’água assustou banhistas e causou estragos na praia de Ajuruteua, em Bragança, Pará. Ambos fenômenos são muito difíceis de serem previstos, mas alguns sinais podem dar indícios da sua ocorrência.

Como se prevenir?

Antes de ir se refrescar num rio ou cachoeira, fique atento a alguns sinais para não ser pego de surpresa por algum desses fenômenos. A primeira dica é buscar conhecer bem o local e verificar a previsão do tempo, pois, apesar de não serem fenômenos previsíveis, tanto a tromba d’água quanto a cabeça d’água estão associadas a chuvas fortes.

Se você estiver em um rio ou cachoeira, fique atento as variações da correnteza! Se ela começar a aumentar rapidamente, apresentar uma coloração diferente e carregar mais folhas, galhos e detritos, saia imediatamente, estes são sinais que antecedem uma cabeça d’água. Preste atenção também no céu, nuvens escuras ao redor e barulho de trovões indicam que pode estar chovendo em regiões acima do rio. Ao verificar um desses indícios, tente ficar o mais distante possível da margem e busque lugares altos!

Em relação a tromba d’água, a formação do funil na base da nuvem de tempestade e uma alteração da intensidade dos ventos são sinais que antecedem sua formação. As pessoas que estiverem se banhando ou que estiverem em navegações devem ficar atentas a esses sinais. O risco é ainda maior para pequenas embarcações que se aproximarem ou ficarem no trajeto desses funis de água.