Robôs subaquáticos e IA se juntam à natureza para criar um sistema de alerta precoce para o meio marinho
A robótica submarina e a Inteligência Artificial ajudarão a monitorar os ecossistemas marinhos para detectar sinais precoces de mudança, a fim de proteger os oceanos e o clima.

A natureza e a tecnologia estão se unindo para enfrentar os desafios globais urgentes das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade, utilizando a cultura de algas marinhas, a robótica subaquática e a Inteligência Artificial (IA) para monitorar e reparar os ecossistemas aquáticos.
A parceria entre a Universidade de Graz, a Carbon Kapture e o projeto BioDiMoBot, foi descrita como “inovadora” e marca um importante passo em frente na forma como gerimos a saúde dos oceanos.
Super algas marinhas
No centro do projeto estão as algas marinhas, mais especificamente as kelp. As algas são uma das plantas que crescem mais rapidamente na Terra e atuam como um sumidouro natural de carbono e um impulsionador da biodiversidade.
“A natureza não é apenas algo a proteger, é uma parte fundamental da solução”, explica Paul Rees, diretor da Carbon Kapture, uma empresa sediada no Reino Unido com experiência no cultivo de algas para a remoção de carbono em grande escala.
"A cultura de algas oferece uma rara combinação de redução de carbono, regeneração da biodiversidade e oportunidade econômica. Com o BioDiMoBot, temos agora a capacidade de medir claramente esses benefícios e compartilhar esses dados com cientistas, decisores políticos e o público", acrescenta Rees.
A base técnica
O BioDiMoBot é uma plataforma robótica móvel autônoma, equipada com uma infinidade de sensores físicos, uma nova tecnologia bio-híbrida e uma análise apoiada por IA que monitora a biodiversidade e o estresse do ecossistema em lagos, rios e águas costeiras em tempo real.
Ele coletará sinais comportamentais e ambientais detalhados para revelar alterações subtis na saúde do ecossistema, detectando sinais precoces de estresse provocado pela poluição, pelo aquecimento ou pela degradação do habitat, oferecendo um potencial sistema de alerta precoce para os ambientes marinhos.
A sua abordagem de dados abertos e a sua concepção escalável fazem dele uma ferramenta valiosa tanto para o cumprimento de políticas como para a descoberta científica.

“É este o aspecto do futuro da conservação”, afirma Howard Gunstock, Diretor Executivo da Carbon Kapture. "Ao combinar dados e natureza, não estamos apenas tentando reduzir os danos, estamos construindo sistemas que ajudam a restaurar o equilíbrio. Esta parceria mostra o que é possível fazer quando deixamos de pensar sozinhos e começamos a unir forças", disse.
“Compreender a perda de biodiversidade nos sistemas aquáticos exige melhores ferramentas”, explica o Professor Ronald Thenius, coordenador e investigador principal da Universidade de Graz. “O Carbon Kapture traz uma visão crítica sobre a cultura de algas kelp, a captura de carbono e a aquicultura - áreas em que nós, enquanto criadores de sistemas sensoriais, beneficiamos realmente dos seus conhecimentos”, disse.
A união surge em um momento em que a União Europeia (UE) está aumentando a sua atenção para a qualidade da água, a proteção da biodiversidade e a transformação digital, tendo recebido financiamento do programa Horizonte Europa da UE.