PACE: a NASA lança missão para estudar o oceano, atmosfera e o efeito as mudanças climáticas

Agência Aeroespacial Norte-Americana (NASA) lançou a missão PACE, com tecnologia inédita capaz de auxiliar na previsão de furacões.

PACE
O satélite Plankton, Aerosol, Climate, Ocean Ecosystem (PACE) da NASA foi lançado a bordo de um foguete SpaceX Falcon nesta quinta-feira (08). Foto: NASA.

Um satélite capaz de capturar os oceanos e a atmosfera do planeta com detalhes nunca antes vistos conseguiu decolar na manhã desta última quinta-feira (08). O mais novo satélite climático da NASA, conhecido como PACE, foi lançado a bordo de um foguete SpaceX da Flórida e agora passará pelo menos três anos estudando os oceanos a partir de 676 quilômetros de altura.

O seu lançamento ocorreu no momento em que os pesquisadores da União Europeia confirmaram que o aquecimento global ultrapassou pela primeira vez os 1,5°C ao longo de um ano inteiro.

Com essa nova adição à frota de satélites de observação da Terra da NASA, o PACE irá ajudar-nos a aprender como as partículas na nossa atmosfera e nos nossos oceanos podem identificar os principais fatores que afetam o aquecimento global, afirma Bill Nelson, administrador da NASA.

Missões como esta podem apoiar a agenda climática da Administração Biden-Harris e ajudar a responder questões sobre as mudanças climáticas.

O que há de novo no satélite PACE?

O satélite PACE significa Plâncton, Aerossol, Clima, Ecossistema oceânico. A sua missão de 948 milhões de dólares começou bem cedo, antes mesmo do amanhecer, com o foguetão Falcon se dirigindo para o sul do Atlântico e então alcançar uma rara órbita polar. O PACE examinará o globo terrestre diariamente com dois instrumentos, e as medições mensais serão feitas com outro instrumento. No total são três instrumentos!

As observações ajudarão os cientistas a melhorar as previsões de furacões e outras condições climáticas severas, além de detalhar as mudanças na Terra à medida que as temperaturas aumentam e assim prever com precisão quando ocorrerá a proliferação de algas nocivas.

A NASA já possui mais 2 dúzias de satélites e instrumentos de observação da Terra em órbita. Mas o PACE deve fornecer melhores insights sobre como os aerossóis atmosféricos, como poluentes e cinzas vulcânicas, e a vida marinha, como algas e plâncton, interagem entre si. Esta vai ser a missão mais avançada já lançada para estudar a biologia dos oceanos.

Os cientistas e gestores de recursos costeiros podem utilizar os dados para ajudar a prever a saúde das pescas, rastrear a proliferação de algas nocivas e identificar alterações no ambiente marinho.

Os atuais satélites de observação da Terra podem ver em 7 ou 8 cores. O PACE será capaz de visualizar 200 cores que permitirão aos cientistas identificar os tipos de algas no mar e os tipos de partículas no ar. Os pesquisadores esperam obter dados dentro de 2 ou 3 meses.

O instrumento hiperespectral de cores dos oceanos do satélite permitirá aos pesquisadores medir oceanos e outros corpos d’água em um espectro de luz ultravioleta, visível e infravermelha próxima. Isto permitirá aos cientistas acompanhar a distribuição do fitoplâncton e – pela primeira vez a partir do espaço – identificar quais as comunidades destes organismos que estão presentes diariamente à escala global.

A NASA está colaborando com a Índia em outro satélite avançado de observação da Terra, com lançamento previsto para este ano de 2024. Chamado de Nisar, ele usará radar para medir o efeito do aumento da temperatura nas geleiras e outras superfícies geladas em derretimento.

Com o PACE, os investigadores poderão estudar os efeitos das alterações climáticas no fitoplâncton, que desempenha um papel fundamental no ciclo global do carbono, absorvendo dióxido de carbono da atmosfera e convertendo-o no seu material celular.

Referência da notícia

National Aeronautics and Space Administration (NASA). NASA Launches New Climate Mission to Study Ocean, Atmosphere.