O que é esse pássaro gigante que desapareceu há 600 anos e que os cientistas estão tentando ressuscitar?
Uma startup americana especializada em “desextinção” de animais está tentando “ressuscitar” uma ave Maori que desapareceu há seis séculos. Saiba mais aqui.

A startup americana Colossal Biosciences é conhecida por seu ambicioso projeto de desextinção de espécies animais. Esta não é a primeira vez que a empresa considera ressuscitar animais extintos e pré-históricos, como o mamute-lanoso, o dodô e o lobo-terrível. Cientistas agora buscam reviver uma espécie específica de ave: a moa-gigante.
Esta ave, que desapareceu há 600 anos, lembra um pouco o avestruz e a ema, com seu pescoço longo. Suas duas pernas enormes com garras afiadas lembram os dinossauros. Ela também tem plumagem marrom. E, o mais importante, media até 3,5 m de altura! É uma das maiores aves que já viveram na Terra. Apesar de seu tamanho impressionante, a moa-gigante era herbívora.
Richard Owen et un squelette géant Moa, v. 1879 pic.twitter.com/va0Quatvxn
roma (@rom_a_) December 13, 2019
Ela não voava e vivia na Nova Zelândia até os primeiros navegadores polinésios (os maoris) pisarem na ilha. Estima-se que isso tenha ocorrido no século XIII. As nove espécies de moa gigante do arquipélago desapareceram completamente em apenas um século. Felizmente, a Colossal Biosciences está aqui!
Parece a saga de "Jurassic Park", só que é real. Após anunciar em 2024 sua intenção de reviver mamutes-lanosos (extintos há 4.000 anos...) usando genes fossilizados de espécimes pré-históricos e elefantes descobertos, a startup está embarcando neste projeto aparentemente insano.
Além dessas duas espécies, os pesquisadores também estão trabalhando para ressuscitar o dodô, outra espécie de ave endêmica das Ilhas Maurício e extinta desde o século XVII, bem como o tigre-da-tasmânia, o último dos quais morreu em cativeiro em 1936. Além disso, em abril de 2025, a Colossal Biosciences anunciou ter criado "lobos gigantes", descendentes do "lobo sinistro", um mamífero carnívoro que desapareceu há 10.000 anos.
Para recriar uma moa gigante, os cientistas planejam combinar o DNA fossilizado da espécie com os genes de oito espécies intimamente relacionadas (e ainda vivas), incluindo a ema australiana. Assim que os futuros ovos de moa gigante eclodirem, os filhotes com DNA híbrido serão soltos em áreas designadas e cercadas, chamadas de "locais de reflorestamento".
Ressusciter une espèce disparue depuis des siècles nest plus de la science-fiction : une start-up texane veut faire renaître le moa, un oiseau géant emblématique de la Nouvelle-Zélande, mais la communauté scientifique est divisée. Endémique de lîle du Sud en Nouvelle-Zélande, pic.twitter.com/3UZKxnI56Y
Au coeur des animaux (@AuCoeurAnimaux) July 11, 2025
Os pesquisadores se propuseram a atingir esse objetivo em um prazo de 5 a 10 anos. Para apoiá-los neste projeto, a startup de Dallas, Texas (EUA), colaborou com o Centro de Pesquisa Ngāi Tahu da Universidade de Canterbury e recebeu apoio financeiro de Peter Jackson, o diretor neozelandês da famosa saga "O Senhor dos Anéis".
Este último teria doado US$ 15 milhões para ressuscitar a ave, pela qual nutre grande paixão. Aliás, o diretor possui uma coleção de 300 a 400 ossos de moa! Obviamente, o projeto causou alvoroço na comunidade científica, e não necessariamente pelos motivos certos.
Isso porque a maioria dos pesquisadores acredita ser impossível ressuscitar uma espécie extinta. Alguns são diretos e até chamam isso de "piada"... Então, é uma moda passageira ou uma ressurreição real? Só o tempo dirá...
Referências da notícia
Colossal Laboratories & Biosciences, Colossal Project 005, Bringing back the Moa
Sascha Garcia, Libération (14/07/2025), Apprentis sorciers Le moa géant, oiseau de 3 mètres disparu il y a six cents ans en Nouvelle-Zélande, pourrait bientôt être «ressuscité»