Japão anuncia o primeiro pouso na Lua, mas a sonda SLIM sofreu problemas de energia

A corrida espacial está acirrada! Japão se torna o 5° país a colocar uma espaçonave na Lua, embora tenha enfrentado problemas de energia, foi considerada aprovada.

Lançamento da missão SLIM
Japão celebra a sua primeira aterrissagem na Lua, se tornando o quinto país a realizar este feito. Foto: Jiji Press/AFP.

Mais um país entrou na corrida espacial, dessa vez foi o Japão! O país se tornou a 5° nação do mundo a conseguir pousar uma sonda não-tripulada na Lua, confirmou a JAXA, a Agência Espacial Japonesa.

A espaçonave robótica SLIM (Smart Lander for Investigating Moon) do país pousou na superfície lunar na manhã desta sexta-feira (19), obtendo um enorme sucesso para os japoneses!

Mas nem tudo saiu como o planejado! Segundo os funcionários da JAXA, os painéis solares da sonda não estão gerando eletricidade como o planejado na superfície lunar. Se o problema não for resolvido logo, o SLIM poderá ficar em silêncio para sempre, pois a sua bateria pode suportar operações na Lua por apenas algumas horas.

A sonda percorreu uma longa e sinuosa jornada em direção à Lua, chegando finalmente à órbita lunar no feriado de Natal. A sua órbita inicial era altamente elíptica, levando SLIM 600 km da superfície da Lua no seu ponto mais próximo e a 4.000 km de distância no seu ponto mais distante. Na manhã do domingo (14), o SLIM realizou uma queima crucial do motor, caracterizando sua órbita no ponto mais próximo e preparando o terreno para operações de descida e pouso.

Na manhã desta sexta-feira (19), a sonda desceu para cerca de 15 km acima da superfície lunar, e às 12h (horário de Brasília) houve a tentativa de pouso, terminando 20 minutos depois. Tudo parecia correr bem, o SLIM se comunicou com a base da JAXA durante todo o seu pouso. Porém, a agência não conseguiu confirmar imediatamente o status do SLIM após o pouso. Foi aí que a agência informou os problemas de energia existentes na sonda!

Ainda não está claro por que as células solares pararam de funcionar, mas é improvável que tenham sido danificadas durante o pouso, disseram os funcionários da JAXA! Uma das teorias é de que o módulo de pouso não esteja orientado em direção ao sol, como o esperado.

Sonda SLIM: tecnologia compacta e peculiar

O SLIM foi projetado para mostrar que as naves espaciais pequenas e relativamente baratas são capazes de realizar essas missões espaciais. A sonda pesa apenas 200 quilogramas (kg) sem propelente, e sua missão custou cerca de 120 milhões de dólares para ser desenvolvida. Possui 1,7 metro de comprimento, 2,7 metros de largura e 2,4 metros de altura, ou seja, compacto. Por isso o seu nome é SLIM, quer dizer magro.

Sonda SLIM
Sonda SLIM na sua fase de montagem na JAXA. Foto: JAXA

Embora o SLIM seja um demonstrador de tecnologia de pouso, ele foi projetado para realizar algum trabalho científico durante sua missão de superfície, e durar cerca de duas semanas. Outra característica peculiar é que a SLIM não possui aquecedores para proteger seus componentes eletrônicos contra a gélida noite lunar.

Após o pouso, a sonda pretende desacoplar dois minis-robôs e um rover do tamanho de uma bola de beisebol, desenvolvidos em colaboração com a tecnologia Sony. A sonda pretendia estudar os seus arredores que ficam ao sul do equador lunar, usando o seu espectrômetro a bordo. Os dados poderão revelar informações sobre a composição da área, a fim de desvendar os mistérios sobre a formação e evolução da Lua.

Um cenário competitivo na exploração lunar

A missão do SLIM não foi a primeira tentativa do Japão de chegar à Lua, pois no ano passado uma sonda da empresa japonesa ispace tentou fazer uma aterrissagem, mas perdeu a comunicação minutos antes de atingir o feito. Se tivesse dado certo, a ispace seria a primeira companhia privada a pousar uma sonda na Lua.

Esta missão surge em meio a uma enxurrada de atividades de exploração lunar pelas principais nações do mundo. Os Estados Unidos planejam enviar astronautas para orbitar a Lua no próximo ano e pretendem aterrissar na Lua em 2026. A Índia celebrou recentemente um triunfo na exploração lunar com a aterrissagem bem sucedida, depois de alguns fracassos, perto do polo sul da Lua, onde todos querem pousar.

O pólo sul da Lua está cheio de crateras e trincheiras profundas, mas é bastante visado devido a várias razões científicas e exploratórias.

Isso porque as regiões polares da Lua têm crateras que estão sempre na sombra, onde as temperaturas são mais baixas, permitindo que o gelo de água se acumule e permaneça estável ao longo do tempo. Segundo a JAXA, o problema na SLIM não significa o fim da missão, e servirá para entender a situação e obter o máximo de dados possível, além de aprimorar a tecnologia de pouso.