A Estrela de Belém: um milagre bíblico ou um evento astronômico? Descobrindo o guia celestial dos Três Reis Magos

Segundo a história, é um fenômeno que guiou os três Reis Magos ao local do nascimento de Jesus, porém, poderia ter uma origem astronômica real, além do seu significado bíblico.

Os reis magos e a estrela de Belém
A Estrela de Belém é um símbolo cristão que, segundo a Bíblia, guiou os Três Reis Magos até o local de nascimento de Jesus. Representa esperança e orientação, sendo um elemento comum nas decorações de Natal.

A Estrela de Belém é conhecida porque marcou o caminho dos Três Reis Magos até a manjedoura onde estava o recém-nascido Jesus. Esta antiga história bíblica é muito difícil de ser confirmada cientificamente até hoje, só a conhecemos porque é mencionada em quatro Evangelhos.

Alguns cientistas acreditam que a Estrela de Belém poderia ter sido um fenômeno astronômico real, que ocorreu por volta de 85 d.C.

O termo original no Evangelho é conhecido como Astra, que vem da palavra grega “astron”, que significa “estrela”, mas também se acredita que esta palavra pode se referir a qualquer objeto celeste, como um planeta ou cometa.

Algumas teorias que sugerem que foi a Estrela de Belém

Existem várias teorias que tentam explicar se a Estrela de Belém foi real ou um milagre bíblico, o que até hoje tem sido difícil de definir. Segundo o astrônomo Dr. Greg Brown, do Observatório Real de Greenwich, ele propõe uma teoria do que seria a estrela, aludindo a uma supernova ocorrida no ano 4 a.C. Brown também sugere que poderia ter sido uma conjunção, quando dois ou mais corpos celestes parecem se encontrar no céu noturno.

O site de notícias espaciais e astronômicas Space.com observa que se os Três Reis Magos viram uma conjunção, eles poderiam ter sido guiados em uma direção específica e chegado exatamente ao local de nascimento de Jesus, mas apenas por coincidência.

Mas para Brown, com o passar dos anos, a teoria de que um cometa marcou o caminho dos mágicos foi perdendo força, já que qualquer objeto no espaço mudaria constantemente de direção devido ao giro da Terra, portanto, se uma pessoa caminha em direção a um objeto em no céu noturno, não apontaria para um local específico.

Por outro lado, Héctor Rodríguez, editor da National Geographic sugere, em um dos seus artigos, que o nascimento de Jesus ocorreu entre os anos 8 e 1 a.C. e durante este período, ocorreu um evento astronômico notável durante o verão no Oriente Médio, o que poderia ser uma pista.

Se falamos do Cometa Halley, ele era visível no ano 12 a.C., portanto sua participação está descartada devido à sua data e à crença de que os cometas eram presságios de azar. Além disso, a supernova mais próxima deste período ocorreu 185 anos após o nascimento de Jesus.

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O astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler propôs no século 16 que a Estrela de Belém poderia ter sido uma conjunção de Júpiter, Saturno e a Lua no ano 6 a.C. No entanto, a falta de dados precisos torna esta teoria incerta.

Outra hipótese sugere que a estrela Sirius, notável pelo seu brilho e posição no céu no final de dezembro, poderia ter guiado os Três Reis Magos. Embora a Bíblia mencione uma estrela, os astrônomos sugerem que ela poderia se referir a um fenômeno astronômico, e não a uma estrela literal.

E quem eram os sábios?

Segundo pesquisas, a história dos Três Reis Magos é baseada no aparecimento de uma estrela brilhante em Belém, mas, além disso, eles são uma figura de destaque na narrativa bíblica.

Embora São Mateus seja o único que menciona os sábios, não lhes dá o título de reis, nem fornece os seus nomes ou números, só no século III é que lhes foi concedido o título de reis. No século IV, os teólogos Orígenes e Tertuliano falaram de três magos, e no século VIII receberam os nomes de Melchior, Gaspar e Balthazar.

Melchior, Gaspar e Baltazar
Os três Reis Magos são Melchior, Gaspar e Baltasar. De acordo com a tradição da Igreja Ocidental, Melchior era rei da Pérsia, Gaspar era rei da Índia e Baltasar era rei da Arábia ou da Etiópia.

Os magos eram sábios e cientistas que tinham um profundo conhecimento do céu e dos futuros fenômenos celestes. Eles interpretaram a simbologia dos planetas e constelações, o que também os torna astrólogos.

Representavam os três continentes conhecidos na época: Ásia, África e a Europa e eram, portanto, representantes de todo o mundo conhecido naquela época.